quarta-feira, 23 de março de 2011

Razão x Emoção...


A lua cheia iluminava o céu nublado enquanto ela andava pelas ruas desertas, ensaiando mil e uma coisas para dizer... No fundo, ela sabia que precisava dar um fim em tanto sofrimento, mas não queria desaparecer para sempre: haveria alguma outra solução menos dolorosa! Mas estava enganada, depois de tanto tempo, se não houvesse carinho até ali, não haveria mais!
Quando olhou pra ele parado no portão, seu coração disparou, como sempre acontecia desde que se conheceram, anos antes... ela sabia que não seria fácil resistir. Pegou o que tinha que pegar e tentou ir embora, mas alguma coisa a segurou. Entrou...
Não fora fácil resistir... ele sabia bem como seduzi-la, e tocava seu corpo com um desejo quase mecânico... a química entre os dois era perfeita, ela sabia que poderia se arrepender, pois jamais tivera um romance tão ardente e seu corpo jamais sentira emoções tão intensas como sentira quando se deixava seduzir por ele... Seus corpos imploravam um pelo outro, mas ela não queria amolecer, estava decidida, porque sabia da ressaca que sentiria no dia seguinte... e chorando lhe pediu: "não me machuque mais!".
Foi tudo que conseguira dizer... as palavras ensaiadas, ficaram esquecidas... Palavras que ela precisava falar, precisava que ele ouvisse... mas ele não estava interessado em ve-la chorar novamente, muito menos em ouvir palavras que, por algum motivo, iam machuca-lo também, e tratou de apressar a saída... lutando contra seu corpo e seu coração, ela deixou o quarto querendo voltar, mas sabendo que precisava parar de agir feito uma garota mimada e começar a agir feito uma mulher que se valoriza e se ama... mesmo não se amando tanto naquele momento.
No portão, ele fazia-lhe votos de felicidade e sucesso... ela apenas pediu que ele desaparecesse para sempre, também de seus pensamentos...
Seu coração estava despedaçado e as lágrimas pesavam seus olhos, mas ela ainda se permitira a um pouco de orgulho, e fora embora sem olhar pra trás...
A volta para casa fora dolorida: ela não conseguia parar de pensar se ele estaria sofrendo por causa de sua decisão ou se, o que era mais provável, teria se virado sozinho e ido dormir, sem se importar se ela faria falta ou não.
A ideia de faze-lo sofrer era dolorosa demais para que ela se sentisse vingada, pois apesar de tudo o amava e não queria ve-lo sofrer, mas a segunda opção causava-lhe uma dor que rasgava seu peito todos os dias quando lembrava que ele tinha outra: a dor do orgulho ferido!
No fundo, ela sabia que essa decisão fora tomada por puro orgulho. E no fundo ainda tinha alguma esperança de que ele pudesse voltar a respeita-la um dia e quem sabe até vir a ama-la... Como diria o hino de seu clube: "...pois quem espera sempre alcança!"

Um comentário:

  1. Muito bom... C escreve mto bem Linda...

    É sempre assim. O q é ensaiado nestas horas nunca é dito conforme o ensaio.. A vida num tem texto e nem roteiro pré programado...

    MAs qual a sensação desta mulher depois de ter feito isto?

    ResponderExcluir

Liberdade de expressão