sábado, 5 de março de 2011

É sábado de carnaval...
enquanto ela arruma as malas pra viajar pro interior, algumas lembranças do carnaval anterior ocupam sua mente...
lembranças de um carnaval que valeu a pena, já que pra ela tudo vale a pena, pois sua alma não era pequena...
Mesmo tendo valido a pena, algumas lembranças do carnaval anterior ainda doem...
e as lembranças doem tanto, que suas mãos tremem enquanto ela dobra as roupas para colocar na mala...
Seu coração, neste momento, parece a "pipoca" de um bloco de carnaval da zona sul, de tão apertado...
No ano anterior, a essa altura do carnaval, eles estavam longe e juntos, e ela, extremamente feliz...
agora, só restava o vazio...
o vazio de saber que para ele, nada daquilo mais importa... não deixara saudade...
o vazio de imaginar se ele estaria viajando em nova companhia, ou se curtiria os blocos da cidade...
se ela ficasse, talvez pudesse encontra-lo em algum bloco... mas será que isso faria bem a ela?
Ela faz que não com a cabeça e continua a separar seus cremes de cabelo para colocar na mala...
Sua amigas que curtiam carnaval se dividiam entre julga-la por ser como é (ou como acham que ela é) ou convence-la a ficar... e no fundo, no fundo, bem que ela queria ficar...
mas ela sabia que ficar significava mais do que aguentar um ritmo frenético de blocos que ela achava que não daria conta...
ficar significaria solidão, vazio e lembranças que ela não queria mais lembrar...
Esses poucos minutos que gastara separando as coisas para levar pra casa dos pais, demorou uma eternidade de lembranças e reflexões sobre tudo o que vivera até aqui...
Estaria ela no lugar certo?
Para ela, era estranho perceber como que os convites vinham das pessoas que ela menos esperava...
isso a deixava feliz por um lado... mas doía também!
Ela passara a vida tendo uma visão romântica de suas amizades e agora percebia que muita coisa fazia sentido, mas que essa forma de enxergar as coisas era apenas mais uma forma de se iludir com a vida...
E já que a partir de agora, ela tentaria viver com os dois pés na realidade, ela se apressara a arrumar a mala, fechar as janelas e portas, e partir...
Que Deus permita que a chuva dê uma trégua, para que ela faça uma viagem tranquila e para que seus amigos animados, torcia ela, consigam ter um carnaval decente...

Que assim seja!

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