domingo, 27 de março de 2011

Sonho X Realidade

O ambiente era estranho, ela não sabia se conhecia o lugar onde estava, mas ele estava com ela e isso bastava... Ela jamais vivera um romance tão intenso e misterioso como aquele, mas tinha acabado e ela ainda não conseguia colocar o ponto final, enquanto ele tentava conviver com o ponto-parágrafo. Ela não queria só um novo capítulo, queria uma nova história, bem diferente daquela, menos misteriosa e bem mais real... Entre lágrimas, ela lhe dizia que ele não tinha o direito de ter ido a sua cidade em nova companhia, ela implorava um pouco de compreensão e, naquele momento, sentia-se quase infantil... ele apenas a abraçava e tentava beija-la, tocando-lhe o corpo.
Abriu os olhos. Tudo não passara de um sonho.
Olhou para os lados, estava sozinha na cama, nua, com os lençois enrolados entre as pernas e o suor escorrendo por todo o corpo... A vizinhança estava silenciosa e o único som que ouvia naquele momento era o estalar do ventilador de teto, que parecia não dar vazão ao calor abafado daquele domingo de outono... Olhou para o celular, o relógio marcava 08:59 e ninguém havia ligado ou enviado torpedo. Havia um tempo que não sonhava com ele, mas sempre ficava com essa sensação de vazio quando ele aparecia em seus sonhos e se sentia estranha por sentir isso novamente. Essa sensação era rotineira em sua vida solitária, mas ela sempre tinha a impressão de que seus sonhos aconteciam de verdade e por isso acordava com essa espécie de ressaca sempre que sonhava com ele. Era como se aquilo tudo tivesse sido real... e ela desejava que fosse!
Rolando de um lado para o outro da cama, acabou adormecendo novamente, desejando voltar a sonhar, mas já era tarde: ele já tinha ido embora...

sábado, 26 de março de 2011

Formatura - Licenciatura em teatro


Depois de uma longa estrada, cheia de pedras e curvas, hoje eu posso finalmente dizer: acabou!!!
Sentirei saudade, mas o caminho agora é outro e está só começando...
Vamos que vamos, porque a vida não pode parar...
Beijos no coração...

quarta-feira, 23 de março de 2011

Razão x Emoção...


A lua cheia iluminava o céu nublado enquanto ela andava pelas ruas desertas, ensaiando mil e uma coisas para dizer... No fundo, ela sabia que precisava dar um fim em tanto sofrimento, mas não queria desaparecer para sempre: haveria alguma outra solução menos dolorosa! Mas estava enganada, depois de tanto tempo, se não houvesse carinho até ali, não haveria mais!
Quando olhou pra ele parado no portão, seu coração disparou, como sempre acontecia desde que se conheceram, anos antes... ela sabia que não seria fácil resistir. Pegou o que tinha que pegar e tentou ir embora, mas alguma coisa a segurou. Entrou...
Não fora fácil resistir... ele sabia bem como seduzi-la, e tocava seu corpo com um desejo quase mecânico... a química entre os dois era perfeita, ela sabia que poderia se arrepender, pois jamais tivera um romance tão ardente e seu corpo jamais sentira emoções tão intensas como sentira quando se deixava seduzir por ele... Seus corpos imploravam um pelo outro, mas ela não queria amolecer, estava decidida, porque sabia da ressaca que sentiria no dia seguinte... e chorando lhe pediu: "não me machuque mais!".
Foi tudo que conseguira dizer... as palavras ensaiadas, ficaram esquecidas... Palavras que ela precisava falar, precisava que ele ouvisse... mas ele não estava interessado em ve-la chorar novamente, muito menos em ouvir palavras que, por algum motivo, iam machuca-lo também, e tratou de apressar a saída... lutando contra seu corpo e seu coração, ela deixou o quarto querendo voltar, mas sabendo que precisava parar de agir feito uma garota mimada e começar a agir feito uma mulher que se valoriza e se ama... mesmo não se amando tanto naquele momento.
No portão, ele fazia-lhe votos de felicidade e sucesso... ela apenas pediu que ele desaparecesse para sempre, também de seus pensamentos...
Seu coração estava despedaçado e as lágrimas pesavam seus olhos, mas ela ainda se permitira a um pouco de orgulho, e fora embora sem olhar pra trás...
A volta para casa fora dolorida: ela não conseguia parar de pensar se ele estaria sofrendo por causa de sua decisão ou se, o que era mais provável, teria se virado sozinho e ido dormir, sem se importar se ela faria falta ou não.
A ideia de faze-lo sofrer era dolorosa demais para que ela se sentisse vingada, pois apesar de tudo o amava e não queria ve-lo sofrer, mas a segunda opção causava-lhe uma dor que rasgava seu peito todos os dias quando lembrava que ele tinha outra: a dor do orgulho ferido!
No fundo, ela sabia que essa decisão fora tomada por puro orgulho. E no fundo ainda tinha alguma esperança de que ele pudesse voltar a respeita-la um dia e quem sabe até vir a ama-la... Como diria o hino de seu clube: "...pois quem espera sempre alcança!"

domingo, 20 de março de 2011

AMA Livros: Apostando na Literatura

AMA Livros: Apostando na Literatura: "O incentivo à literatura e o prazer pela leitura se configuram como um grande desafio aos educadores nos dias atuais. Vivemos em um país que..."

sábado, 5 de março de 2011

É sábado de carnaval...
enquanto ela arruma as malas pra viajar pro interior, algumas lembranças do carnaval anterior ocupam sua mente...
lembranças de um carnaval que valeu a pena, já que pra ela tudo vale a pena, pois sua alma não era pequena...
Mesmo tendo valido a pena, algumas lembranças do carnaval anterior ainda doem...
e as lembranças doem tanto, que suas mãos tremem enquanto ela dobra as roupas para colocar na mala...
Seu coração, neste momento, parece a "pipoca" de um bloco de carnaval da zona sul, de tão apertado...
No ano anterior, a essa altura do carnaval, eles estavam longe e juntos, e ela, extremamente feliz...
agora, só restava o vazio...
o vazio de saber que para ele, nada daquilo mais importa... não deixara saudade...
o vazio de imaginar se ele estaria viajando em nova companhia, ou se curtiria os blocos da cidade...
se ela ficasse, talvez pudesse encontra-lo em algum bloco... mas será que isso faria bem a ela?
Ela faz que não com a cabeça e continua a separar seus cremes de cabelo para colocar na mala...
Sua amigas que curtiam carnaval se dividiam entre julga-la por ser como é (ou como acham que ela é) ou convence-la a ficar... e no fundo, no fundo, bem que ela queria ficar...
mas ela sabia que ficar significava mais do que aguentar um ritmo frenético de blocos que ela achava que não daria conta...
ficar significaria solidão, vazio e lembranças que ela não queria mais lembrar...
Esses poucos minutos que gastara separando as coisas para levar pra casa dos pais, demorou uma eternidade de lembranças e reflexões sobre tudo o que vivera até aqui...
Estaria ela no lugar certo?
Para ela, era estranho perceber como que os convites vinham das pessoas que ela menos esperava...
isso a deixava feliz por um lado... mas doía também!
Ela passara a vida tendo uma visão romântica de suas amizades e agora percebia que muita coisa fazia sentido, mas que essa forma de enxergar as coisas era apenas mais uma forma de se iludir com a vida...
E já que a partir de agora, ela tentaria viver com os dois pés na realidade, ela se apressara a arrumar a mala, fechar as janelas e portas, e partir...
Que Deus permita que a chuva dê uma trégua, para que ela faça uma viagem tranquila e para que seus amigos animados, torcia ela, consigam ter um carnaval decente...

Que assim seja!