domingo, 20 de maio de 2012

Você se sente amado?

O cara diz que te ama, então tá. Ele te ama.
Sua mulher diz que te ama, então assunto encerrado.


Você sabe que é amado porque lhe disseram isso, as três palavrinhas mágicas. Mas saber-se amado é uma coisa, sentir-se amado é outra, uma diferença de milhas, um espaço enorme para a angústia instalar-se.

A demonstração de amor requer mais do que beijos, sexo e verbalização, apesar de não sonharmos com outra coisa: se o cara beija, transa e diz que me ama, tenha a santa paciência, vou querer que ele faça pacto de sangue também?

Pactos. Acho que é isso. Não de sangue nem de nada que se possa ver e tocar. É um pacto silencioso que tem a força de manter as coisas enraizadas, um pacto de eternidade, mesmo que o destino um dia venha a dividir o caminho dos dois.

Sentir-se amado é sentir que a pessoa tem interesse real na sua vida, que zela pela sua felicidade, que se preocupa quando as coisas não estão dando certo, que sugere caminhos para melhorar, que coloca-se a postos para ouvir suas dúvidas e que dá uma sacudida em você, caso você esteja delirando. "Não seja tão severa consigo mesma, relaxe um pouco. Vou te trazer um cálice de vinho".

Sentir-se amado é ver que ela lembra de coisas que você contou dois anos atrás, é vê-la tentar reconciliar você com seu pai, é ver como ela fica triste quando você está triste e como sorri com delicadeza quando diz que você está fazendo uma tempestade em copo d´água. "Lembra que quando eu passei por isso você disse que eu estava dramatizando? Então, chegou sua vez de simplificar as coisas. Vem aqui, tira este sapato."

Sentem-se amados aqueles que perdoam um ao outro e que não transformam a mágoa em munição na hora da discussão. Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente bem-vindo, que se sente inteiro. Sente-se amado aquele que tem sua solidão respeitada, aquele que sabe que não existe assunto proibido, que tudo pode ser dito e compreendido. Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é, sem inventar um personagem para a relação, pois personagem nenhum se sustenta muito tempo. Sente-se amado quem não ofega, mas suspira; quem não levanta a voz, mas fala; quem não concorda, mas escuta.

Agora sente-se e escute: eu te amo não diz tudo.

(Martha Medeiros)

domingo, 6 de maio de 2012

12 semanas!

Falta pouco pra completar 3 meses que estou aqui, mas eu já fechei o primeiro ciclo! Já finalizei as 12 semanas de estudos e agora estou novamente na luta em busca de um trabalho.


Estou me sentindo como aquela adolescente que foi morar no Rio aos 19 anos e corria de porta em porta pra deixar um currículo, sonhando em se sustentar pra estudar teatro e se tornar uma grande atriz...

Quase dez anos depois, quase nada mudou... Toda a minha experiência em entrevistas, cursos, psicóloga, e vida, não tem servido pra me dar segurança na hora de entrar numa loja e deixar meu "resumé". O motivo é quase obvio: agora eu tenho que fazer ainda melhor do que eu fazia, mas em inglês! E pra quem a até 3 meses atrás, não sabia muito mais que dizer o seu nome e idade, isso não é nada fácil.

Parece óbvio que hoje eu já consiga manter um diálogo em inglês, quase sem nenhum erro de concordância, e é! Mas na hora de manter uma conversa formal, com um gerente de um lugar aonde você pretende trabalhar, todas as palavras se embaralham e eu volto a ser aquela adolescente insegura e quase sem experiência que não sabia aonde queria trabalhar, mas precisava de dinheiro pra se manter e manter aceso o seu sonho de trabalhar no que ama. E a verdade é que é mais ou menos assim mesmo que me sinto, porque eu não tenho perspectiva nenhuma aqui: apenas preciso treinar meu inglês, ganhar experiência internacional e dinheiro pra manter esses próximos quatro meses. É complicado procurar emprego sem perspectivas de futuro.

Eu quero é começar a voar o quanto antes e aí sim, construir a minha vida. Mas antes disso, é preciso encontrar uma oportunidade aqui, viver a vida em inglês... e emagrecer! E isso não está nada fácil.

Mas como eu não costumo abaixar a cabeça, mesmo quando tudo parece impossível, continuarei nessa luta que tem sido tão difícil...
Raul diria: "Um sonho que se sonha só é só um sonho que se sonha só! Mas sonho que se sonha junto é realidade!"... E eu preciso é acreditar que não estou só - já que não estou mesmo!

Mesmo com todas as dificuldades, eu ainda tenho fé nos meus sonhos - e esses não são poucos. E é só por eles que eu estou aqui, longe de todas as pessoas eu amo. E assim me manterei: lutando e acreditando!


Quem quiser vir comigo, que seja pra me fazer acreditar ainda mais. 

Beijos saudosos e ST!

Foto: O momento em que eu recebia o meu diploma de inglês intermediário.