quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Esperança

"Olhou-se no espelho sentindo-se bem "acabada" para sua idade, muito mais do que realmente era. Pensou em seu passado e em tudo que gostaria de ter feito diferente... Chorou... Dez anos se passaram! Será que ainda haveria a chance de recuperar o tempo perdido? Estudar, trabalhar... recomeçar era tudo que ela queria... ela sentia que precisava daquilo. Mas como? Não seria meio tarde para viver aquilo que deveria ter vivido no final de sua adolescência?

Não tinha nada que a prendia na cidade: já terminara a faculdade, não fazia nenhum curso, não conseguia trabalhos na sua área e nem queria uma "sobrevida" no comércio... Não tinha filhos, marido, namorado e constantemente sentia-se só... Nunca tivera uma vida social invejável e, apesar de tantos amigos maravilhosos, não fazia parte de nenhum "grupo de amizade". Sustentava-se de sonhos, mas era sustentada pelos pais.

Naquele momento, diante do espelho, sentiu como se já tivesse vivido tudo que tivera pra viver. Sentia uma necessidade angustiada de experimentar novas sensações, mas isso nada tinha a ver com drogas. Ela era muito careta pra essas coisas. Necessitava de realidade, vivera muito tempo presa na ficção dos seus sonhos.

Algo dentro dela clamava por liberdade, sua alma estava presa a algo que não existia, precisava sair, se libertar. Sentia um aperto dentro do peito, sufocada pela vida que levara até aqui e pela imensa vontade de mudar. Mas não sabia como fazer isso...

Tinha medo... um medo infiel e desleal. Um medo que envolvia as pessoas que mais amava nesse mundo. Sentia-se traída por seus próprios sentimentos... chorava cada vez mais, desesperadamente... parou de pensar e afogou-se em lágrimas, sentindo vergonha de olhar-se no espelho. Chorava e soluçava... como um bebê que quer alguma coisa, mas não sabe como dizer.

Era isso! Parou de chorar.

Ela sabia perfeitamente o que queria, sempre soubera. Ligou a torneira e deixou a água cair sobre as mãos juntas em concha. Olhava-se fixamente no espelho. Trazia as mãos ao rosto, deixando a água escorrer por todo o rosto, pescoço e colo, repetidas vezes. Desligou a torneira, respirou fundo e pegou a toalha, trazendo-a ao rosto. Sentindo-se aconchegada, fechou os olhos e permitiu-se sonhar mais uma vez.

Naquele momento percebeu que não precisava abandonar seus sonhos para viver a realidade. Sua necessidade era de vida, e o que é a vida sem sonhos, afinal?!

Tinha muito amor dentro de si, amava muito aos outros: amigos, amores, familiares... mas precisava amar-se mais. "Permita-se!", ela se repetia em silêncio. Percebera então que ao se permitir, as coisas começariam a acontecer. Um passo de cada vez, tudo ao seu tempo...

Pensou nas pessoas que amava. Sentiu vontade de abraçar cada uma dessas pessoas. Sorriu, com brilho nos olhos. Foi dormir sentindo-se aliviada.

Aquela seria uma noite de lindos sonhos, ninguém poderia ter dúvidas."


Belos sonhos...

domingo, 18 de setembro de 2011

Controle de Qualidade

Temporariamente Possuída pelo Monstro: O que eu quero ser quando crescer: Wagner Moura: Estava pensando no que ia escrever para expressar o que sinto, porque tudo ainda está muito difuso na minha cabeça.


Indico esse post do blog da Martha Dias, porque é mais ou menos isso aí que tento dizer diariamente, mas não consigo...