domingo, 12 de agosto de 2012

2 semanas!

Oi fantasminhas...
APARECI! Estava evitando aparecer, porque tá chegando a hora de ir embora e começa a bater a nostalgia do tempo que vivi aqui, das coisas que fiz errado, do que fiz certo, do que aprendi... enfim, eu sei que será estranho voltar a viver no Brasil, com todos os problemas, mas nesse momento é o melhor a ser feito.
Do último post (sobre o trabalho) pra cá, muita coisa aconteceu e mudou: saí do trabalho, voltei a estudar em uma escola diferente, conheci pessoas novas, tive meu inglês elogiado por nativos, enfim... muitas coisas que valeram o aprendizado, outras que eu poderia ter feito diferente (e que talvez tivessem mudado tudo...)... A única sensação desse momento, é de querer aproveitar cada segundo dessas minhas duas semanas de férias e zero arrependimento!
Tenho ido a lugares fantásticos, tirado fotos incríveis, visto pessoas lindas e de todos os cantos... O verão vancouverite é mesmo "bombástico": até no Pacífico eu já mergulhei! Delícia de praias, delícia de água gelada que refresca até a alma e lava toda a energia ruim!!! Há quem diga que as praias brasileiras são mais bonitas, e de fato a areia branquinha faz muita falta por aqui, mas esse marzão sem onda, pra mim, é imbatível!
Vancouver deixará saudade e uma certeza: eu voltarei!
Beijos saudosos no coração...

terça-feira, 10 de julho de 2012

Das coisas que aprendi com o Ubaldo...


Quando abri a porta ele me olhava, com um olhar ao mesmo tempo curioso e assustado, rosnando para defender o território que agora entendera como dele... Sem saber o que fazer, sorri e continuei parada na porta, com um pouco de medo de ser mordida por ele e ao mesmo tempo encantada com aquele bichinho abusado que mal chegara e já me impedia de entrar na minha própria casa...
Foi uma questão de segundos, mas me lembro hoje como se tivesse durado horas: o momento em que o vi pela primeira vez, já o considerava o cachorro mais abusado e encantador do mundo!
Meu irmão, que encontrava-se sentado no sofá, me falou para entrar e tratou de me apresentar ao Ubaldo, nosso novo companheiro. Tentei fazer um carinho e ele rosnou. Fiz a fria e fui pro meu quarto: mas ele já ocupava meu coração assim mesmo, sem pedir permissão pra entrar.
O convívio em casa foi melhorando depois de sua chegada, nos tornamos uma família de novo, depois de anos convivendo trocando farpas. O Ubaldo nos trouxe de volta o amor, a alegria e a paz que faltavam em nossa casa. O apartamento de dois quartos parecia pequeno pra ele - e o era, de fato! - mas ele fazia tudo parecer maior. Latia como gente grande, sempre no horário da novela ou sempre quando algum vizinho abria a porta... ou ainda quando queria dar uma voltinha lá embaixo. O apartamento não era o local adequado pra um cachorro daquele porte, mas ele transformara nossas vidas ali dentro. Quando tentávamos fazer um carinho, ele deitava, rolava, se entregava e logo depois avançava  de leve na nossa mão, como quem dissesse: "Eu te amo, mas não vou deixar você me machucar!". Completamente compreensível, depois de tudo o que ele sofreu nas ruas...
Quando ele ficou doente, descobri que eu poderia ser uma boa mãe... foi no momento em que meu irmão se mudou e eu me vi sozinha com ele, cuidando da minha faculdade, do meu trabalho, da doença dele e da casa. A vida estava uma bagunça, mas eu era mais feliz ao seu lado, porque sempre que eu chegava em casa, ele me recebia aos pulos, latindo e me recepcionando com alegria. Não me iludo, sei que o que ele queria era descer pra fazer xixi ou cocô, depois de ficar o dia inteiro preso em casa. Mas ainda assim, ele o fazia e voltava correndo, porque sabia que aquele era o seu pequeno castelo e que era muito amado ali...
Quando íamos ao veterinário, ele sempre encarava os cachorros da rua que vinham pra cima de nós, abusados como todo cachorro de rua e como o próprio Ubaldo o era... mas quando as sessões de quimioterapia começaram a fazer efeito, ele já não se sentia forte o suficiente para subir a ladeira do Loreto e eu o fazia com ele no colo, e ele não rosnava mais pra mim, porque sabia que aquilo era para o seu bem... quando eu passava com ele no colo, os cachorros da rua já não avançavam mais em mim, meio que se solidarizando com o Ubaldinho... Mas a Cris nos ajudou e ele voltou a ser aquele cachorro forte e abusado que eu conheci.
Até que finalmente conseguimos leva-lo para morar em Teresópolis, em um jardim onde ele poderia correr a vontade e fazer suas necessidades fisiológicas quando sentisse vontade.
Foi uma troca injusta pra mim, mas muito feliz pra ele e isso era o que importava pra mim: faze-lo  feliz!
Mesmo em Terê, o Ubaldo ainda era o cachorro desconfiado e abusado de sempre (veja no vídeo como ele tratou o Bud logo no primeiro dia, rs), mas que nos devotava um amor incondicional. Com o Bud, era um mala. Com o Ozzy, um amigo implicante. Mas tenho certeza de que ambos o amavam como nós...
E quando o Ozzy se foi, acredito que ele tenha sido um bom parceiro ao Bud e aos meus pais e serei eternamente grata por isso.
O Ubaldo foi um dos cães mais inteligentes que eu já conheci. Nos entendia e nos respondia como se fosse gente. Ou ainda melhor, já que gente é egoísta e ele só trazia alegria. Me lembro quando ainda morávamos no apartamento, que eu estava brigando com um namorado e ele tomou as minhas dores, me olhando com solidariedade e dando a patinha ao dito cujo como quem diz: "Pare de fazer minha irmã sofrer!".
Ubaldo e sua patinha, sempre levantada para quem te fizesse um  carinho ou demonstrasse um pouquinho de afeto... Alguns diziam que ele era feio, mas feio era os olhos de quem dizia isso. Ubaldo era lindo! Bastava olhar nos seus olhos pra ver o quão bonito ele era: sua beleza estava lá, no fundo dos seus olhos, nas suas atitudes e no seu coração. Todos os cachorros são exemplos para nós, humanos. Temos muito o que aprender com eles.
Quando fui me despedir dele, antes de vir pra cá, eu não imaginava que aquela seria a última vez que eu o veria. Tentei abraça-lo, ele rosnou, mostrou os dentinhos quebrados e eu dizia: "Pára que eu não sou dentista!" Mas claro que ele não parava... será que ele sabia que aquele seria nosso último encontro?
Ubaldo, eu te peço perdão por não ter estado com você nos seus últimos 5 meses de vida... mas sei que você foi feliz e que o Lian e meus pais fizeram tudo o que podiam por você.  Se é verdade o que o veterinário disse, que você queria morrer, então acredito que agora esteja em paz.
Ao lado do Ozzy, do Argos e do Elfye, o paraíso ganhou mais um anjo ontem. Nossos corações estão despedaçados, mas vocês nos ensinam a não sermos egoístas, portanto seguiremos nossas vidas: faltando um pedaço, mas tentando não sofrer. Você foi feliz em nossa casa, acredito nisso, e nos ensinou muito mais do que gratidão.
Você mudou a nossa forma de amar e nos tornou melhores! Cada pessoa da nossa família tem muitas histórias bonitas ao seu lado e todos nós devemos muito a você!
Essa foto é do nosso último encontro e essa saudade que eu já sentia, agora irá morrer comigo...

Fique em paz... nós amamos você!

terça-feira, 5 de junho de 2012

Trabalhando no Intercâmbio

Éh pessoal, terminadas as 12 semanas na escola, parti para o mais difícil: a busca por um trabalho.
Como procurar um trabalho em um país estranho, onde você não tem referências, muito menos experiência e isso tudo com mais uma dificuldade: não compreende direito o idioma? Não é fácil e chega a dar uma vontade de desistir de tudo e voltar pra casa. Mas me joguei! Imprimi 70 currículos, 20 cover letters (uma carta de apresentação, que algumas empresas pedem por aqui) e fui de porta em porta, pedindo pra falar com o gerente, errando alguns tempos verbais, as pronúncias, mas tentando... Também conversei com a representante da minha agência aqui em Vancouver (não sei se cheguei a falar, mas vim pela agência Information Planet, que tem uma filial em cada cidade pra onde ela manda estudantes) pedindo algumas informações sobre como agir, onde ir e etc... Numa dessas "portas" em que bati, acabei dando a sorte de conseguir falar diretamente com o gerente e ele acabou me pedindo para voltar mais tarde para que ele pudesse me entrevistar - detalhe: no meu restaurante preferido daqui. Fiquei nervosa... como ser entrevistada, sabendo que seu inglês está longe de ser bom? 
Mesmo assim, continuei na busca... deixei mais alguns currículos, fui pra academia, tomei banho, me maquiei, e na hora marcada já estava lá! Ainda fiquei um tempo esperando, porque ele estava muito ocupado, mas ele acabou me atendendo e foi quando eu pensei: eu quero esse emprego e preciso ser honesta, se tenho dificuldade de entender o que me falam, preciso que ele saiba disso! E falei isso... não sei se isso me atrapalhou, porque acabei não indo trabalhar lá, embora ele tenha dito que isso não seria um problema e que ele gostou de mim, mas teria que esperar o verão pra me contratar. E bem, eu volto para o Brasil um mês antes de acabar o verão. Então, nosso posso esperar, certo?
Continuei na procura e um belo dia, recebi um telefonema de uma amiga dizendo que sua amiga estava precisando de alguém para ajuda-la no restaurante onde trabalha: mais uma vez me joguei e aí sim, consegui o meu tão almejado trabalho no exterior.
Estou lá à duas semanas, tendo algumas dificuldades no listening - como eu já tinha previsto - e sem saber se estou agradando, mas ainda assim, continuo me esforçando e tentando.
O meu trabalho não é nada do que imaginei que seria quando vim pra cá: eu lavo louça - tarefa doméstica que sempre odiei -, esfrego o chão, limpo os vidros, sou caixa e sirvo as mesas. Isso em um restaurante mediterrâneo. O meu "patrão" parece ser uma pessoa maravilhosa, de bom coração e isso me fez gostar de lá de graça! O ambiente tem uma energia bacana e eu gosto de trabalhar assim. Isso torna as dificuldades um pouco mais leves, eu acho...
Eu fui treinada pela outra brasileira que trabalha lá, em português mesmo e isso tornou as coisas mais fáceis também, ela é paciente e sempre tira minhas dúvidas quando me esqueço de algo. Mas não trabalhamos no mesmo horário, o que é bom, já que preciso mesmo é ouvir inglês!

Acho engraçado como as coisas são... eu, que já fiz dança do ventre e sempre me interessei muito pela cultura muçulmana, tendo até lido alguns livros à respeito, cheguei no Canadá e acabei me apegando justamente à eles. Meus amigos mais próximos, atualmente, são árabes. Não seguem à risca seus costumes e nem sei se são religiosos - e eu acho que não, mas têm um coração do tamanho do mundo. E agora, tenho um chefe Iraquiano, que segue à risca os costumes muçulmanos e também tem um coração enorme - pelo menos, pelo pouco que conheci, foi a impressão que ficou.
Eu, que estava tão curiosa e ansiosa por fazer amizades com canadenses, por conhecer a cultura "branquela" do Canadá, acabei me surpreendendo com os árabes e até agora, não sei quase nada da cultura canadense.
Vancouver é uma cidade com muitos imigrantes, vindos de todas as partes do mundo, e posso dizer que 75% dos clientes que vão no restaurante são árabes (ou de culturas parecidas). Isso dificulta um pouco a minha situação, porque são muitos sotaques e pronúncias diferentes, e eu acabo sem saber o que é certo, mas acho que no fim das contas, o importante mesmo é se comunicar e não fazer besteira no trabalho. O resto, eu vou aprendendo com o tempo...

Beijos direto da primavera gelada de Vancouver... :)

domingo, 20 de maio de 2012

Você se sente amado?

O cara diz que te ama, então tá. Ele te ama.
Sua mulher diz que te ama, então assunto encerrado.


Você sabe que é amado porque lhe disseram isso, as três palavrinhas mágicas. Mas saber-se amado é uma coisa, sentir-se amado é outra, uma diferença de milhas, um espaço enorme para a angústia instalar-se.

A demonstração de amor requer mais do que beijos, sexo e verbalização, apesar de não sonharmos com outra coisa: se o cara beija, transa e diz que me ama, tenha a santa paciência, vou querer que ele faça pacto de sangue também?

Pactos. Acho que é isso. Não de sangue nem de nada que se possa ver e tocar. É um pacto silencioso que tem a força de manter as coisas enraizadas, um pacto de eternidade, mesmo que o destino um dia venha a dividir o caminho dos dois.

Sentir-se amado é sentir que a pessoa tem interesse real na sua vida, que zela pela sua felicidade, que se preocupa quando as coisas não estão dando certo, que sugere caminhos para melhorar, que coloca-se a postos para ouvir suas dúvidas e que dá uma sacudida em você, caso você esteja delirando. "Não seja tão severa consigo mesma, relaxe um pouco. Vou te trazer um cálice de vinho".

Sentir-se amado é ver que ela lembra de coisas que você contou dois anos atrás, é vê-la tentar reconciliar você com seu pai, é ver como ela fica triste quando você está triste e como sorri com delicadeza quando diz que você está fazendo uma tempestade em copo d´água. "Lembra que quando eu passei por isso você disse que eu estava dramatizando? Então, chegou sua vez de simplificar as coisas. Vem aqui, tira este sapato."

Sentem-se amados aqueles que perdoam um ao outro e que não transformam a mágoa em munição na hora da discussão. Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente bem-vindo, que se sente inteiro. Sente-se amado aquele que tem sua solidão respeitada, aquele que sabe que não existe assunto proibido, que tudo pode ser dito e compreendido. Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é, sem inventar um personagem para a relação, pois personagem nenhum se sustenta muito tempo. Sente-se amado quem não ofega, mas suspira; quem não levanta a voz, mas fala; quem não concorda, mas escuta.

Agora sente-se e escute: eu te amo não diz tudo.

(Martha Medeiros)

domingo, 6 de maio de 2012

12 semanas!

Falta pouco pra completar 3 meses que estou aqui, mas eu já fechei o primeiro ciclo! Já finalizei as 12 semanas de estudos e agora estou novamente na luta em busca de um trabalho.


Estou me sentindo como aquela adolescente que foi morar no Rio aos 19 anos e corria de porta em porta pra deixar um currículo, sonhando em se sustentar pra estudar teatro e se tornar uma grande atriz...

Quase dez anos depois, quase nada mudou... Toda a minha experiência em entrevistas, cursos, psicóloga, e vida, não tem servido pra me dar segurança na hora de entrar numa loja e deixar meu "resumé". O motivo é quase obvio: agora eu tenho que fazer ainda melhor do que eu fazia, mas em inglês! E pra quem a até 3 meses atrás, não sabia muito mais que dizer o seu nome e idade, isso não é nada fácil.

Parece óbvio que hoje eu já consiga manter um diálogo em inglês, quase sem nenhum erro de concordância, e é! Mas na hora de manter uma conversa formal, com um gerente de um lugar aonde você pretende trabalhar, todas as palavras se embaralham e eu volto a ser aquela adolescente insegura e quase sem experiência que não sabia aonde queria trabalhar, mas precisava de dinheiro pra se manter e manter aceso o seu sonho de trabalhar no que ama. E a verdade é que é mais ou menos assim mesmo que me sinto, porque eu não tenho perspectiva nenhuma aqui: apenas preciso treinar meu inglês, ganhar experiência internacional e dinheiro pra manter esses próximos quatro meses. É complicado procurar emprego sem perspectivas de futuro.

Eu quero é começar a voar o quanto antes e aí sim, construir a minha vida. Mas antes disso, é preciso encontrar uma oportunidade aqui, viver a vida em inglês... e emagrecer! E isso não está nada fácil.

Mas como eu não costumo abaixar a cabeça, mesmo quando tudo parece impossível, continuarei nessa luta que tem sido tão difícil...
Raul diria: "Um sonho que se sonha só é só um sonho que se sonha só! Mas sonho que se sonha junto é realidade!"... E eu preciso é acreditar que não estou só - já que não estou mesmo!

Mesmo com todas as dificuldades, eu ainda tenho fé nos meus sonhos - e esses não são poucos. E é só por eles que eu estou aqui, longe de todas as pessoas eu amo. E assim me manterei: lutando e acreditando!


Quem quiser vir comigo, que seja pra me fazer acreditar ainda mais. 

Beijos saudosos e ST!

Foto: O momento em que eu recebia o meu diploma de inglês intermediário.

terça-feira, 24 de abril de 2012

News

Oi povo...

Dei uma sumida do blog, meio que de propósito, porque passei uns dias meio tristinha e/ou estranha e como tristeza só é bom na ficção, preferi ficar quietinha na minha.
Acontece que a medida que eu vou mudando de level o idioma vai ficando mais difícil e as dificuldades vão aumentando e no início desse Level 2A tinham dias que eu sentia vontade de chorar no meio da sala de aula, porque não entendia o que o professor falava, não entendia a matéria e me sentia uma retardada porque só eu interrompia a aula pra tirar dúvidas. E a verdade é que isso não mudou, mas o que eu percebi é que às vezes as pessoas não entendem, mas ficam com vergonha ou preguiça de perguntar; se esquecem que estão pagando CARO pra estar ali e que a função do professor é justamente essa: tirar dúvidas! Se não fosse por isso, usaríamos apenas os livros e os cds para estudar, certo?

Eu ainda não estou 100%, porque está muito difícil encontrar emprego, está difícil encontrar um quarto pra eu morar e as coisas aqui estão muito caras pra mim. Também ando triste por um motivo completamente fútil, mas do qual eu não consigo me livrar: estou engordando assustadoramente. Vou à academia TODOS os dias, malho durante pelo menos 1 hora e meia, mas ainda assim está complicado emagrecer. Aí junta a cobrança de ter que aprender o idioma, com a cobrança de ter que arrumar um emprego, com o estresse que é pra arrumar um quarto, mais a cobrança de ter que emagrecer (porque minhas roupas não estão servindo mais!) e pronto: a cabeça pára!

O que eu tenho percebido é que as pessoas que alugam quartos aqui não gostam muito de brasileiros. Algumas pessoas pra quem liguei, foi a primeira coisa que me perguntaram: "where are you from?" e quando respondo Brasil, dizem que o quarto já foi alugado... Provavelmente porque algum brasileiro fez merda - e o que mais tem é gente que só vem fazer intercambio pra fazer merda - e agora quem paga o pato sou eu! Quem mandou ser brasileira?

Enfim, to tentando economizar de todas as formas e tentando levantar meu astral, porque se eu baixar a bola, já sei como é e não funciona! Minhas notas estão melhorando e, embora eu ainda não entenda perfeitamente tudo o que me falam, meu "listening" está melhorando devagar.

Tenho feito passeios incríveis - dando preferencia aos gratuítos, obviamente -, e a primavera aqui é realmente surpreendente. E não param de chegar brasileiros...

Kisses...

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Grouse Montain - a Minha aventura no gelo! :)

Oiiiiiiiiiii...
No último domingo eu fui conhecer a montanha mais alta de Vancouver, aproveitar o início da primavera e talvez a ultima oportunidade de ver neve por aqui.
Eu acordei meio desanimada, porque o dia amanheceu ensolarado e eu queria ir em um dia que estivesse tudo branco mesmo... mas fui assim mesmo e foi demais!
É muito fácil pra ir e não é necessário guia, basta você pegar o SeaBus pra North Vancouver e lá mesmo pegar o ônibus 236, cujo ponto final é na entrada da aventura. A parte ruim: você precisa pagar $42,00 só pra subir! É um "Bondinho" tipo o do Pão-de-Açúcar, só que um pouco menor e a subida é mais rápida também... Mas pra mim foi onde o coração começou a acelerar, porque lá embaixo, obviamente, as árvores estavam verdes. Mas à medida em que você vai subindo, a neve começa a aparecer. As folhas das árvores começam a ficar branquinhas, cada vez mais, até que você chega lá em cima e encontra tudo branco. Lindo, lindo, lindo... Essa foto é da minha subida, quando meu coração começou a bater mais forte: a qualidade não está muito boa porque o vidro do "bondinho" estava molhado e embaçado. Mas me digam se não é lindo???
Quando eu cheguei lá em cima, eu pirei... a temperatura era 3º negativos, mas eu suava de calor, de tanta emoção que sentia... Me senti uma criança que nunca tinha visto neve e me comportei como tal... hahahaha. Como eu não sabia por onde começar, me fingi de comportada e fui tirar fotos... de tudo, apontando a câmera pra todos os lados... hahaha... Logo eu desisti de me comportar e resolvi tirar foto de uns bonecos que estavam afundados na neve... 
Tentei subir para tirar a foto mais de perto e aconteceu o primeiro mico: entalei na neve! Kkkkkkkkkkkkk... Eu não percebi que era neve fofa e saí correndo na subida e, não satisfeita em entalar uma vez, continuei subindo e entalei de novo, e de novo, até que meu pé começou a afundar mais do que a altura da bota e molhou minha calça, daí me preocupei e desci: mas se entalei pra subir, obviamente, entalei também pra descer... ainda bem que todo mundo tava muito preocupado em esquiar e nem ligaram pra mim.  Esses são os bonecos safados que me fizeram entalar na neve: foi nesse morrinho aí que eu entalei, mas confesso que a minha vontade era deitar ali e pedir pra alguém tirar milhões de fotos... Segui minha guia - eu mesma - e fui explorar o "Resort". Tudo muito branco, muito lindo, pessoas esquiando, crianças esquiando, snowboard, tombos engraçados, tombos feios, árvores lindas... enfim, como choveu a semana inteira, aquilo lá estava o paraíso e eu, criança feliz, não poderia deixar de realizar o meu sonho mais infantil: deitar na neve! 
DEITEI NA NEVE!!!!!!!!!!!!!!! Deitei na neve e sorri... sorri... fotografei e sorri mais! Gargalhei... de doer a bochecha, sozinha, como uma louca... louca por neve! Fiquei lá, quietinha, deitada, por uns 2 minutos apenas, porque o casaco é impermeável, mas não é "WaterProof" como a bota, então né... continuei minha aventura na neve, forever alone e feliz como uma criança. Vi pessoas com uma churrasqueira, música alta, esquís, crianças fantasiadas esquiando, crianças levendo tombos bizarros, adultos morrendo de medo, crianças tirando onda... Uma das coisas mais lindas que eu vi: uma família brincando de guerra de neve! Aaaaaaahhh... esse é um sonho impossível de realizar sozinha! Minha vontade era pegar uma bolinha bem bonita e jogar neles, carimbando meu passaporte pra guerra. Mas eu nem tenho essa cara-de-pau, então, fiquei só olhando e sorrindo de longe... cheguei a fazer uma bolinha de neve e joguei no chão mesmo... Achei bolas gigantes e joguei nos bonecos que me fizeram entalar. Eu sou moleca mesmo, não tem jeito, tenho sonhos bobos e desses, não realizei outro além da guerra de neve: o ski. Mas vou te falar, que eu aproveitei tanto a minha tarde na neve, que não ter esquiado não me fez menos feliz. Terei muitas outras oportunidades de esquiar, tenho certeza que sim.
Eu fui, fiquei e voltei sozinha, como a maioria dos meus passeios aqui, mas vou contar pra vocês: foi um dos melhores dias da minha vida - quase empata com o FLU campeão na véspera do meu niver!
De verdade, eu fui embora porque precisava estudar, mas a verdade é que enrolei demais antes de sair de lá. Esse dia ficou marcado no meu coração e na minha memória, e eu choro só de pensar nele: de felicidade, por ter realizado um sonho; e com um pouquinho de tristeza, por não poder dividir esses momentos com as pessoas que eu amo e principalmente, com as duas pessoas que eu mais amo no mundo e que são os responsáveis pela realização do meu sonho: meus pais lindos!
Caminhando pro meu segundo mês aqui, a saudade está apertada demais, mas estou cumprindo o meu dever: falando - e entendendo - inglês!
Deixo vocês com algumas outras fotos...

Meus pés na neve.  Churrasco
Lindo! Vamos brincar de guerra? 

 :) O bondinho...
Obrigaaaaaaaaadaaaaaaaaa!!!!!!!!!!

Beijos no core...

quinta-feira, 22 de março de 2012

St. Patrick's Day

Esse post era pra ter ido ao ar dia 18 ou 19, mas acabei me enrolando nos estudos e não deu... sorry!!!

Como alguns já sabem, dia 17 de março é comemorado em quase todo o mundo o Dia de São Patrício (St. Patrick's Day) - além do aniversário do meu irmão. Rs.
São Patrício é o Santo padroeiro e Apóstolo da Irlanda e também o santo mais festejado do mundo. É muito reverenciado nos países que falam a língua inglesa e também em alguns países da Europa e América do Sul, como a Argentina por exemplo. No Brasil, apesar de não ser feriado, alguns lugares - talvez mais ligados à cultura irlandesa - fazem festa em comemoração ao Santo. O uso de trajes e fitas verdes, trevo de 3 folhas e o abuso do álcool, principalmente a cerveja, são algumas das principais características do St. Patrick's Day. 
Eu tive o prazer de testemunhar a Parada de St. Patrick's Day aqui em Vancouver, no último dia da festa - o santo é comemorado por 1 semana, do dia 10 ao dia 18, com muitas festas e músicas. E vou contar um pouco do muito que vi...
Logo que cheguei aqui vi que no mercado estavam sendo vendidos chapéus, trevos, moedas, fantasias e muitas outras coisas na cor verde, sempre com alguma coisa escrito em amarelo ou dourado se referindo à St. Patrick's Day... ignorante que sou, não sabia do que se tratava e fui logo me informar. Muita gente, gosta desse feriado apenas para abusar das festas, do álcool e beber cerveja verde (eu não experimentei, mas me falaram que o sabor é o mesmo, só muda a cor!), mas o que eu vi no domingo, contrariou tudo que eu estava pensando até então: as pessoas realmente fazem questão de participar do desfile e comemorar em grande estilo.
A Parada começou com um desfile de motos da Polícia de Vancouver, com muitas luzes e pisca-alerta. Eu fiquei realmente impressionada com a forma como as pessoas respeitam a polícia aqui e todas olham muito encantadas para aquilo - foi esse o dia em que vi mais canadenses por aqui. Após o desfile de motos, veio uma ala de cavalos, com homens trajando kilt montados e abrindo espaço para uma banda, que veio logo atrás. Isso me lembrou bastante a minha infância em Visconde e os nossos desfiles de 7 de setembro, com a banda dando a volta na Praça. Vale ressaltar: todos da banda também usavam kilt. Não me lembro ao certo quantas alas participaram da Parada, que teve a duração de mais ou menos 90 minutos, mas foram várias alas de bandas, alas de pontos turísticos de Vancouver, que distribuíam brindes ou descontos, alas de escolas irlandesas e o que mais me encantou, uma ala do Clube do Wolfhound Irlandês. Vários cachorros da raça desfilaram e eu fiquei apaixonada por eles... quero um!!! Além disso, tivemos casais dançando música irlandesa, sapateado, perna-de-pau (amoooooooooo!), monociclo, acrobacias, palhaços e até uma pequena ala representando o Brasil: 3 mulheres caracterizadas para o carnaval com uma bandeira do Brasil onde vinha escrito atrás "Rainhas do Samba"! Achei um pouco fora do contexto, mas me senti um pouco mais próxima do meu país... Foi sem dúvida um dos meu programas preferidos daqui.
Depois do desfile, que aconteceu na Howe Street as pessoas correram pra Granville Street, onde tinha um pequeno palco e algumas barraquinhas e demonstração ou vendas de produtos típicos, além da exposição dos meus amados cachorrões! 
Fiquei realmente muito encantada com essa manifestação cultural e religiosa aqui na cidade, foi um lindo desfile, com crianças de 2 à 80 anos. Todos participam com muita alegria e disposição. Belíssimo!

Eu tirei muitas fotos e vou postar algumas pra vocês.



















Infelizmente, ainda não inventaram uma câmera capaz de capturar sentimentos, para que vocês possam ver a emoção de todos que lá estavam, mas espero que tenham gostado. Mais informações sobre o St. Patrick's Day, clique aqui.

Beijos cheios de saudade...

quinta-feira, 15 de março de 2012

Hockey e... Zumba!

Oi povo...
Tenho andado preguiçosa pra escrever, porque tenho tentado esquecer um pouco o português, mas nem adianta: eu não consigo! Amo essa nossa língua complicada!
Confesso que to morrendo de saudade do Brasil e chorei a semana inteira com vontade de voltar, mas sei o quanto é importante estar aqui e preciso fazer valer a pena! Só depende de mim...

Na semana passada, fui assistir um jogo de Hockey, de um time pequeno daqui de Vancouver, o Giants, contra um time americano. O time americano "goleou" (não sei se é assim que se fala no Hockey...), mas nem foi isso que me assustou... Eu pensava que hockey era só os patins, os tacos (??), o disco e gol! Mas não: é um pouco de UFC também... Rá! Levei um susto quando vi os caras distribuindo socos e o árbitro olhando pra briga com cara de pateta, como se aquilo fosse normal. E é! No Hockey os socos são mais normais e o árbitro só separa quando o primeiro jogador cai no chão... Achei um absurdo, mas são as regras do jogo. Fora isso, achei o esporte bem interessante. Também achei interessante o comportamento da torcida: não tem tambor, não tem gritaria, não tem samba... Ah, tá! Não é futebol, me desculpem... rs... As pessoas ficam sentadas confortavelmente o tempo todo, a torcida fica misturada, e quando sai um gol a torcida aplaude e algumas pessoas se levantam vibrando com os braços e outras gritam. Mas não aquele grito apaixonado dos torcedores de futebol; um grito contido, classudo, elegante. Quando sai briga, os torcedores apoiam o jogador, estimulando-o a derrubar o rival! Que os canadenses são frios - mas extremamente gentis, devo dizer -, eu já sabia, mas não imaginava que chegasse a esse ponto... rs...
Foi muito divertido ir ao jogo e acho que foi um dos melhores programas que fiz em Vancouver até hoje, porque me diverti demais! Quero ir outras vezes... :)

Essa semana eu comecei na academia, perto da escola, e estou muito feliz com isso. Eu sinto falta de me exercitar e a saudade, o (não saber) inglês e a falta de carinho (porque aqui ninguém se abraça) tem me deixado muito estressada, preciso descarregar de alguma forma. A academia foi a melhor forma de juntar o útil - me desestressar - ao agradável - se não emagrecer, pelo menos não engordar. rs.
Aí pra começar com chave de ouro, no pique do verão, inventei de fazer aula de Zumba. Acho que é uma dança latina, não sei bem a origem, mas é divertidíssimo. Me acabei de dançar e quando eu pensava que já tinha visto de tudo, eis que a professora coloca Michel Teló ***Nossa, nossa, assim você me mata!***
Éh, Michel, eu ando mesmo querendo te matar... kkkkkkkkkk... mas não me importei, porque foi uma forma de matar a saudade do forrozinho brasileiro. Depois do Michel, ainda tocou um axé que não conheço e a Dança da Vassoura, do Molejo. Eu pensei: "ainda bem que esse povo não entende as letras!" e me acabei de sambar! Me senti uma Rainha de Bateria sambando diante das gringas magricelas e desengonçadas... Haha, sou boba mesmo! Kkkkkkkkkkk...

E por hoje é isso: continuo na luta contra a saudade e a solidão! Precisava escrever pra aliviar um pouco e dizer que, embora eu esteja torcendo pra passar bem rápido (não sei porque, já que não sei o que me espera no Brasil quando eu voltar - e morro de medo disso!), eu vou fazer valer a pena cada dia, um após o outro!

See you...

terça-feira, 6 de março de 2012

Gratidão...

Éh gente...

Já vai fazer 1 mês que estou aqui e, embora às vezes eu chore de saudade, ainda não estou com vontade de voltar... Aos poucos, os amigos que fiz aqui estão indo embora e isso me entristece... Mas compreendi que cada um que vai embora, deixa comigo um grande aprendizado e outros novos amigos... Pessoas vão e vem o tempo todo e o importante é perceber que às vezes, elas estiveram ao seu lado simplesmente porque suas almas precisavam se encontrar...
Mesmo que a vida dê voltas e vocês não se encontrem nunca mais, a gratidão que você terá por elas será eterna, porque foram elas que estiveram ao seu lado quando você se sentiu perdida ou quando você simplesmente precisava de alguém pra trocar uma palavra de carinho, um olhar ou uma piada, que mesmo sem graça, te fará rir até doer a bochecha... Acho que é isso, o intercâmbio também nos ensina muito sobre gratidão!
Sei que muita gente nem percebe, mas para mim, é impossível não sentir gratidão por todas as pessoas que fizeram alguma coisa por mim, mesmo sem perceberem... Inconscientemente, todos se ajudam o tempo todo e no intercâmbio - dentro ou fora da escola - isso fica muito mais claro pra mim.
Por isso sempre discordo quando alguém diz que Tom estava errado ao escrever que "é impossível ser feliz sozinho...", porque ele estava certíssimo: mesmo que tenha momentos em que você necessite estar só - e eu sempre acho que tenho esses momentos mais que todo mundo -, chega uma hora em que você precisa ter alguém pra somar alegrias, multiplicar afeto, dividir lágrimas e subtrair toda a saudade que você sente aqui... seja de casa, dos amigos, da comida ou de tudo: se você não tiver com quem conversar, você pira!

Tenho conhecido muitos lugares lindos por aqui, sempre em companhia de pessoas igualmente lindas  e acho que esse meu primeiro mês foi de muito turismo, porque conheci os principais pontos turísticos de Vancouver: Stanley Park, Capilano, English Bay, Pacific Center, Metrotown e o outlet.
Sim, pessoas! Em Vancouver tem um outlet (na verdade, o outlet fica em New Westminster, mas é tão perto que é praticamente Vancouver... hehe).

Também já acordei olhando a neve da minha janela e saí de casa com a cidade toda branquinha: confesso, é molhado e escorregadio, quase sem graça, mas me apaixonei! Já patinei no gelo (coisa que muita gente já fez no Brasil, mas eu nunca tinha feito), já tive meu primeiro happy hour em um Pub onde passa jogos de Hoquei, já experimentei tequila, limão e sal, já bebi cerveja canadense e não gostei (porque cerveja é cerveja em qualquer lugar do mundo e eu não gosto mesmo), já saí pra andar atoa e descobri lugares maravilhosos, já fiz compras das quais me arrependi no minuto seguinte, já comi Donuts, já engordei, já comecei uma dieta e larguei, e já saí sem dinheiro algum, só pra ter certeza de que não vou gastar. Como vocês podem perceber, a vida aqui não é muito diferente da vida que eu levava aí, mas acho que estou muito mais feliz aqui, porque sei que tudo isso está sendo importante não só pra minha vida profissional, mas principalmente, para que eu conheça uma Liv que eu não me lembrava que existia.

Mas como postei no face esses dias, tenho total consciência de que não estou aqui para fazer turismo e quanto a isso, estou melhor do que era no Brasil porque até hoje não teve um dia em que eu tenha deixado de estudar pra vagabundear na internet ou sair pra andar a toa... tenho aprendido muito do inglês e acho que surpreendi a mim mesma na minha apresentação de final de Level, porque mesmo tendo escrito um texto com palavras que eu nunca tinha lido, ouvido ou falado (o Translate me ajudou com o texto e também sou grata do Google, hahaha), eu consegui acertar todas as pronuncias e fui muito bem em todas as provas. Essa é a grande novidade: já estou no Level 1B.

É normal, pelo menos na minha escola, todas as pessoas mudarem de Level depois de 3 semanas, mas ainda assim isso me deixa muito feliz, porque sei o quanto tenho me dedicado a isso e eu espero que em três meses de aulas, eu consiga evoluir muito mais.

Uma coisa importante, que vale ser lembrada: mesmo que eu tenha feito amizade com muitos brasileiros (porque não tem jeito, Vancouver foi invadida por brasileiros e não tem como fugir), eu praticamente só converso em inglês, mesmo com eles. Uma palavra ou outra falamos em português ou às vezes até trocamos algumas frases, mas no geral, só inglês. É isso que tem me ajudado a evoluir e conhecer novas palavras, porque quase todos os meus amigos são de Levels mais avançados que o meu. E isso nem foi uma escolha, simplesmente aconteceu... Vai ver porque tinha que ser assim e pronto!

E já que eu tenho sentido muita saudade da música brasileira e como citei o Tom lá em cima, deixo vocês com Wave...
Beijos saudosos no coração...

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Snowing...

Gente,
Hoje nevou em Vancouver, pela primeira vez desde que cheguei, e mesmo que de dentro da sala, fiquei emocionada. É lindo! Nevou bem pouquinho e quase não conseguimos prestar atenção na aula enquanto nevava... mas depois parou e tudo voltou a ser aquela chuva chata de todo dia...
Mas para a minha surpresa, quando desci do Skytrain na Nanaimo, o telhado e os jardins das casas estavam brancos. Fiquei com os olhos cheios de lágrima, tamanha emoção de ver a neve de perto pela primeira vez... corri pra começar a fotografar tudo: to pior que criança! Hahahahahahaha...
Depois que entrei no ônibus, fiquei olhando pela janela e estava tudo branquinho, branquinho, "white boy", simplesmente lindo... claro que tive que tirar foto na neve! Mas o mais engraçado é que quando desci do ônibus eu quase escorreguei e caí: a cabeçuda aqui não sabia que neve escorrega, claro! Foi engraçado, mas ainda bem que não caí... hahahahahaha...
É uma coisa boba, sem graça, escorregadia e molhada, mas eu to apaixonada por neve!
Beijos gelados no coração quente... =)

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Deslumbradíssima... =)

Hi people...

Dei uma sumida do blog, mas é porque a rotina aqui é como a daí, por isso preferi deixar as novidades se acumularem...

As aulas na escola são bem bacanas, o professor é super engraçado e o entrosamento com a turma está bacana, mas acho que as amizades que ficaram mesmo foram aquelas que fiz no primeiro dia de aula. No geral, o professor fala devagar e quando não entendemos, ele sempre procura uma outra forma pra explicar o que quer, até entendermos. Às vezes ele desenha, mostra imagens ou até mesmo nos leva pra fora da sala (ou da escola). O método de ensino é interessante e tem funcionado bem... Vibro comigo mesma a cada nova palavra que consigo entender da boca de um canadense - ou morador daqui - e a cada nova questão que consigo responder sem consultar o google translate. Na sexta-feira eu até consegui comprar um celular pré-pago sozinha! Vitória!!!

 Eu ainda fico deslumbrada com a beleza dessa cidade, a cada dia em que acordo e vejo tudo o que já vi no dia anterior ou a cada vez que conheço um novo lugar...

Os preços aqui também me impressionam demais... apesar de dizerem - os próprios moradores - que Vancouver é uma cidade cara, eu tenho achado muitas coisas baratas por aqui... roupas e sapatos, nem tanto. Mas cosméticos, farmácia, chocolate e maquiagem, é assustadora a diferença de preço. Meu protetor labial da Nivea, por exemplo, no Brasil eu compro por (no mínimo) R$9,00 (o equivalente a aproximadamente CAN$4,50), aqui eu encontrei por CAN$1,25 (menos de R$0,75). Um hidratante facial, também da Nivea, que no Brasil custa mais de R$50,00, eu comprei aqui por CAN$6,00. São diferenças gritantes mesmo, que se tornaram um exercício diário de auto-controle (financeiro e emocional, rs).

Hoje fiz meu primeiro passeio com o pessoal da escola: "Ice Skating". Isso mesmo, fomos patinar no gelo e eu amei. Mesmo com pistas de patinação no gelo no Brasil, eu nunca tinha ido (também porque por lá isso é muito caro...) e achei muito mais bacana do que patinar no chão. É bem verdade que fazia anos que eu não patinava, mas os exercícios de equilíbrio que eu fazia no circo foram bem úteis também pro Skating... =)

Fora isso, a maioria dos meus passeios por aqui tem sido "forever alone"... saio pra caminhar quando chego cedo em casa, sempre por aqui mesmo, e caminhei também no final de semana, apesar da chuva. Aliás, chuva é o grande inconveniente de Vancouver: aqui chove todo dia! No sábado conheci um park próximo à minha casa e apesar do chão molhado, eu curti bastante.

A comida brasileira - mais precisamente a da minha mãe, rs - é que continua me fazendo falta, mas acho que será bom, pelo menos assim eu não como e emagreço - assim espero! Hahaha... Hoje comi um pedaço de pizza daqui e apesar de ser até gostosa, não é como eu gosto: pizza aqui é muito massuda!

Ontem fiz minha primeiro prova e valendo 40, tirei 38. Acertei todas as questões, mas perdi pontos em alguns detalhes de gramática. Fiquei feliz...

Também ontem, pela primeira vez, chorei de saudade... obvio que me sinto sozinha aqui e às vezes dói mesmo... ontem a dor escorreu pelos olhos... mas continuo aqui: firme e forte! E com muita saudade dos meus quatro F's: Family, Friends, food e Fluminense!

See you...

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Primeiros dias... com direito aos primeiros micos!

Hi people!!!
How are you?

Hoje foi meu terceiro dia de aula e meu quinto dia em Vancouver e já tenho algumas curiosidades guardadas pra contar. Eu tenho sentido vontade de passar mais por aqui, mas confesso que às vezes fico cansada de ficar no computador, porque chego em casa e corro pra tentar encontrar meu pai on line (porque sei que agora ele deixa o pc ligado pra ver se eu apareço no Skype e ele costuma dormir cedo).
Meu inglês ainda não está afiado e tenho tido muita, muita, muita dificuldade em entender o que as pessoas falam. Eu me viro com o que está escrito e nem tenho vergonha de falar - embora às vezes eu esqueça a palavra que preciso usar -, mas sinceramente, entender o que as pessoas falam é minha maior dificuldade. Na minha escola tem muitos brasileiros, japoneses, coreanos, chineses e árabes e no primeiro dia acabei fazendo amizade com um casal do Rio, uma moça de São Paulo e uma japonesa de Tókio. Quando estamos todos juntos, falamos em inglês, até porque a japonesa não entende português e não é legal deixa-la boiando, mas às vezes acabamos falando em português mesmo, talvez por saudade ou talvez porque meu vocabulário é muito limitado - e isso tem me atrapalhado bastante. De nós cinco, eu fui a única a ficar na turma A1, ou seja, o nível mais básico de inglês. Na escola, é proibido falar português, correndo o risco de tomar advertências e até mesmo sermos expulsos!
Em casa, a minha "mãe" é muito prestativa e faz de tudo pra me agradar. Ela faz questão de fazer minha comida e sempre pergunta o que eu gosto ou não gosto de comer. Ela é uma pessoa muito agradável e me ajuda muito quando erro a gramática de uma frase ou quando não me lembro de uma palavra, falando bem devagar para que eu possa entender. Eu ainda não me sinto em casa aqui, embora ela me deixe bem a vontade. O problema é que fico sempre achando que posso estar atrapalhando ou incomodando... coisa da minha cabeça maluca.
No domingo, ela recebeu sua netinha em casa, uma garotinha fofa de 2 anos, e com sua neta aconteceu meu primeiro mico. Preparem o maxilar! Hahaha... Como eu já não sou boa pra entender o que criança diz, mesmo em português, e tenho tido muita dificuldade em entender os canadenses, juntou tudo e acabei fazendo besteira... hihihi... É o seguinte... estava eu tranquilamente no meu quarto, sentada no meu computador, quando a garotinha fofa abriu a minha porta e entrou com um pirulito bem esquisito que parece um cigarro colorido e gigante (pensem em um canudo de refrigerante). Ela estava segurando um grande e um outro, bem menor, e falou alguma coisa, me entregando o pequeno e colocando o grande na boca. Ora, eu achei que ela estivesse sendo gentil, e comecei a chupar o pirulito... kkkkkkkkkkk... mas a garotinha não saía do quarto por nada e ficava me olhando com uma carinha que não consegui decifrar... de repente, ela saiu do quarto reclamando de alguma coisa que eu, pra variar, não entendi... de repente chega a Angie (minha "mãe"), me explicando que, na verdade, a garotinha só queria que eu tirasse o plástico que estava em volta da  metade do pirulito... devo ter ficado roxa de vergonha e pedi desculpas mil vezes, mas a Angie até que achou engraçado. Ok. Fui boba e gulosa. Admito.
Também no domingo, saí para conhecer a minha escola e um pouco do Downtown (o centro de Vancouver) com o brasileiro que também mora aqui na minha HomeStay. Aprendi a chegar na escola, conheci a biblioteca - enooooooooorme - e alguns teatros. Tive certeza de que seria fácil chegar na escola.
Na segunda, fui pra aula tranquilamente, com um sol lindo dizendo "Welcome to Vancouver" pra mim. Cheguei na escola, entreguei a carta de aceitação e fui pra entrevista. Na hora da entrevista fiquei um pouco desesperada e tive vontade de chorar, a voz chegou a embargar, mas depois relaxei. Após a entrevista, fiz a prova de nivelamento e consegui responder com certeza as primeiras questões, mas esta prova é pior que concurso público, pois são 100 questões para serem respondidas em 40 minutos. Claro que o tem acabou e eu não completei nem 70... por isso, creio, acabei pegando a turma A1, o que eu nem achei ruim, pois tenho consciência do meu inglês. Depois da prova, assistimos a palestra de boas vindas e eles nos ofereceram pizza para dar as boas vindas, acho. Uma pizza massuda, que eu não gostei. Depois da pizza, ficamos 1 hora sem fazer nada, que é o horário do lunch (almoço) e foi nesse momento que me senti mais perdida, porque eu estava junto com os brasileiros, sem poder falar português, e eles conseguiam se comunicar em inglês, mas eu não. Mas eles me chamaram e no final, eu já estava conseguindo falar e entender o que eles falavam... Depois do Lunch, fomos com uma menina da escola fazer um tuor pela cidade e achei essa parte bem bacana... Depois do tuor, fomos liberados e fui dar uma volta no shopping com as meninas. Na hora de ir pra casa, veio meu segundo mico, porque me esqueci de anotar o nome da estação de metrô em que eu deveria descer e acabei descendo em várias estações diferentes antes de pedir informação a um funcionário do metrô e ele me explicar o que eu deveria fazer pra chegar em casa. O bom é que agora não me esqueço mais.
O segundo dia de aula foi quando conheci minha turma e, dei graças a Deus por ter poucos brasileiros (eu e mais dois paulistas). Os outros alunos são japoneses e árabes. O professor é muito bacana e eu estou conseguindo entender tudo ou quase tudo que ele fala, e quando não entendo, pergunto e ele explica de uma outra maneira para que eu possa entender. Ontem, terça, depois da aula fui até o ChinaTown com um árabe que também mora aqui na minha homestay (somos 3 estudantes aqui, cada um com seu quarto) e depois viemos pra casa. Conversei um pouco com meu pai pelo Skype e depois resolvi sair para procurar o WalMart. Foi uma caminhada gostosa, com direito a fotos da minha rua e a descoberta de uma academia.
A chegada ao WalMart foi onde começou meu deslumbramento: é tudo MUITO barato aqui. Dá vontade de levar o mercado inteiro pra casa...
O dia-a-dia na escola eu creio que vá melhorar de acordo com a melhora do meu inglês e por enquanto é isso que tenho pra contar... tenho conseguido me virar bem no inglês e hoje eu consegui pedir informações ate encontrar o selo para postar cartas ou cartões-postais. De certa forma, limitada, eu diria, estou conseguindo me comunicar e aumentar meu vocabulário... desde o início, eu sabia que não seria fácil e quando bate a vontade de chorar, eu respiro fundo, fecho os olhos e penso em coisas boas, pra não desperdiçar meu rímel, que não foi tão caro, mas será difícil encontrar dele aqui... =)
Estou muito apaixonada por essa cidade e pelo estilo de vida que levamos aqui. É tudo do jeito que sonhei - ou melhor!
Beijos no coração, com saudade e amor...
Liv

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Essa tal despedida...

Pronto, o inevitável aconteceu!
Aquele negócio do qual a gente sempre tenta fugir, sabe-se lá porque, mas nunca consegue... Por culpa ou seja lá o que for, a despedida é inevitável quando vai se passar 6 meses longe da família e amigos.
Mas ainda assim eu fico me perguntando quem foi que inventou esse troço que só serve pra nos fazer sofrer e chorar...
Se bem que, o que me incomoda em despedidas é justamente o sofrimento. Fico me perguntando: pra que?
Se o motivo da minha viagem é justamente buscar o meu crescimento, não temos por que sofrer tanto com isso... estou feliz em estar aqui, apesar da distancia da minha família, amigos e cachorros... tenho tido dificuldades em entender um pouco o inglês que eles falam, é tudo muito rápido e meu vocabulário é bem limitado, mas minha "home stay" é bem paciente comigo e daqui a pouco estarei craque! :)

A viagem pra cá foi bem tranquila e o serviço de bordo de São Paulo para Toronto foi quase uma prévia da comida que eu comerei aqui... O primeiro jantar foi frango com arroz e abobrinha e tomate com azeite em ua vasilhinha separada. Junto com os talheres, vieram dois sachês: um de sal e o outro de pimenta. Como as comissárias desse voo não falavam português, não consegui entender qual era a segunda opção. No segundo jantar, já em céu canadense, consegui entender as duas opções de prato: panquecas e omelete. Escolhi o omelete, que veio com molho, champinhons e batatas coradas. O omelete estava muito fermentado, mas deu pra sentir o gosto do ovo e as batatas estavam deliciosas. Novamente, junto com os talheres, sal e pimenta. No voo, fiz amizade com uma brasileira, Erika, que vai estudar em Toronto e, como o inglês dela era um pouco melhor que o meu, ela me explicava algumas coisas que eu não entendia.


Chegamos em Toronto e vimos a neve, de longe, mas o pátio do aeroporto estava completamente branco... muita neve. Ficamos emocionadas em ver neve pela primeira vez, parecíamos duas caipiras... mas estava muito lindo. Em Toronto estava um frio como eu realmente nunca vi - mas espero ver um dia. Porém, como não cheguei a sair do aeroporto, não passei nenhuma dificuldade. A chegada no aeroporto de Toronto foi mais tranquila do que em Guarulhos: passei pela fiscalização dos documentos e me mandaram passar pela imigração. Consegui me comunicar com todos, em inglês, e caso não tivesse conseguido, tinham muitos brasileiros na fila, a maioria na mesma situação que eu: vindo para ficar 6 meses ou mais. Saindo da imigração, fui pegar minhas malas e encontrei novamente a Patrícia, uma outra menina que está vindo estudar em Vancouver, que tem o inglês mais ou menos como o meu e que eu conheci em Guarulhos, embora ela também seja do Rio. Pegando as malas, seguimos para o departamento de conexões e despachamos as malas novamente. Nessa etapa que eu achei que teria mais dificuldade, porém, tem vários funcionários da Air Canadá para nos orientar, inclusive próximo a esteira. Depois disso, foi só entrar na sala de embarque e esperar e, durante essa espera, começou a nevar. Fiquei boba como isso é lindo. Durante essa espera, descobri que o aeroporto de Toronto tem internet grátis e entrei para avisar aos meus pais que eu já estava lá. Consegui falar com alguns amigos, primos e tia também. Como o meu voo não era o mesmo voo que o da Patrícia, ela ficou mais tempo no aeroporto do que eu.
Quando finalmente consegui embarcar, começou a nevar muito forte e isso acabou atrasando um pouco o voo, mas ate que não achei tão ruim assim, pois fiquei olhando como é lindo cair neve do céu... espero que eu consiga ter contato com ela logo. Decolamos de Toronto uns 30 minutos depois do previsto e eu, que estava morrendo de fome, achei que o serviço de bordo também seria gratuito, já que era a mesma companhia aérea, mas dessa vez tínhamos que pagar pelo que quiséssemos comer - a bebida era cortesia. Escolhi um sanduíche de CA$5,00 - o mais barato - e paguei com o cartão do Travelling Money. Me arrependi de não ter comido no aeroporto esperando comida de graça... hahahaha...

Depois de um voo que 5 horas, com céu aberto e muitas belezas naturais lá embaixo, finalmente conseguimos pousar em Vancouver. Pousar em Vancouver é um pouco como pousar no Rio, parece que vamos pousar dentro da água, mas é um pouco mais bonito pousar aqui. Não tinha sol, mas o dia estava claro. Já no aeroporto, peguei minhas malas e fui procurar uma casa de câmbio, pedindo informações à várias pessoas. Todos foram muito pacientes e consegui compreender o que falavam... me virei bem. Depois de trocar o dinheiro, consegui pegar o taxi - custou CAN$40,00 - e chegar em casa. Pude ver um pouco da cidade e do transito da cidade, é tudo muito bonito e os motoristas muito educados. O taxista até deu seta para entrar na minha rua. O transito parece funcionar aqui. As casas parecem casas de filmes, uma é mais bonita que a outra. É tudo apaixonante.

Minha homestay é muito simpática, atenciosa e generosa. Ela é falante e muito bem humorada, ficou apaixonada com a lembrancinha que minha mãe fez para eu trazer pra ela. A casa é bem aconchegante e meu quarto tem espaço suficiente para guardar todas as minhas coisas... ainda estou com dificuldade em entender algumas coisas que ela fala, mas ela está me ajudando bastante. Assim que cheguei, fui tomar um banho, enquanto ela preparava o almoço. O almoço foi frango ao molho de pimentão - eca! rs - e arroz branco. O molho estava muito, muito, muito apimentado. Não comi o pimentão e nem os pedaços de pimenta e cebola que tinham no molho, mas comi o arroz e o frango, e o frango estava realmente ardendo a alma. A pimenta é o tempero preferido dos canadenses! Morri! Hahaha... Durante o almoço, conheci os outros dois estudantes que moram aqui, um é coreano e o outro eu não entendi de onde é, mas fala um pouco de português. Depois do almoço, lavei o meu prato e o prato da Angie - a minha mãe do intercambio. A água que sai da torneira é muito gelada, quase congelante.

Depois do almoço/jantar, fiquei no quarto praticamente o tempo todo e por volta das 17 horas começou a escurecer... com isso, o cansaço foi tomando conta do meu corpo e consegui ficar acordada até às oito pm - por volta de 2 horas da manhã no Brasil. Dormi ouvindo o mp3 do meu "curso" de inglês...

Hoje eu acordei às 7:30 da manhã e não consegui dormir mais. Também pudera, dormi durante quase 12 horas seguidas. Quando eu acordei, ainda estava um pouco escuro aqui e estava chovendo muito. Fiquei arrumando as últimas coisas pelo meu quarto e tive uma surpresa: a Angie recebeu a visita de sua netinha, uma garotinha de uns 4 anos, tão falante quanto a avó. Ela é uma fofa! E eu, que já tenho dificuldade em entender o que crianças pequenas falam, em inglês que não entendo quase nada mesmo... rs Tomamos o Breakfast juntas. No café da manhã comi maça, laranja e orange red, uma laranja vermelha que tem o gosto da laranja comum. Também comi ovo frito com pão de forma e leite com achocolatado. Tinha também iogurte e cereal, mas acabei não comendo.



Bom, por enquanto estou gostando muito, apesar das minhas dificuldades com o idioma e de ainda não estar à vontade em casa, mas daqui a pouco eu fico abusada de novo... rs... é bom ter uma criança em casa, ela é uma fofa!

Beijos no coração e muita saudade...

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Faltam 04 dias... o.0

O meu último final de semana no Brasil passou que eu nem vi... Fiz depilação, unhas, fui ao teatro, fui à missa, fiz bolo de cenoura, lavei roupas, li Martha Medeiros e comecei a separar algumas coisas pra colocar na mala... Mesmo nessa correria, eu custei a me tocar que, em apenas 04 dias - 05, se contarmos o dia da viagem - estarei embarcando para a sonhada Vancouver. E com isso, lógico, eu acabo perdendo o sono...
Mas até que não tenho achado ruim esses meus horários loucos de sono aqui não... o fuso-horário em Vancouver, atualmente - por causa do nosso horário de verão - é de 6 horas a menos que aqui, ou seja, se eu manter esse ritmo, lá conseguirei dormir e acordar cedo sem grandes problemas por causa do fuso horário.

A verdade é que não estou conseguindo me desligar dessa viagem. Faço milhões de pesquisas, mas toda hora me pego pensando se lá tem gelatina, se as frutas de lá são como as daqui (o google diz que não...), se tem bolo de cenoura, de fubá, de milho...
Enfim... estou ansiosa por conhecer a rotina canadense. Principalmente, estou curiosa para conhecer a culinária canadense: será que vou passar tanto aperto pra comer como estão dizendo? Será que vou engordar quilos como acontece com a maioria dos estudantes? Será que conseguirei manter uma rotina de exercícios, dos quais não abro mão? São muitas dúvidas em relação à cultura local, e acho que isso deve ser mais do que normal para quem nunca saiu do Brasil e resolve faze-lo depois de 28 anos de vida e um vocabulário bem limitado para se virar longe de casa, família e amigos. Mas acreditem se quiser, o meu maior medo, no momento, é a minha família canadense não gostar de mim. É besteira, eu sei. Mas eu sou dessas que sofrem por antecipação mesmo!

No fundo, todas essas inseguranças são apenas para disfarçar a saudade que JÁ estou sentindo de casa, dos meus pais, irmão e cachorros... Tenho chorado todos os dias, em momentos nada a ver, mas nem se atrevam a pensar que é porque estou triste: pelo contrário, estou mesmo muito feliz. Mas embora eu tenha morado "sozinha" por quase 10 anos, eu nunca fiquei tanto tempo sem ver meus pais. Ainda não compreendi direito o sentido dessas lágrimas, mas tenho visto o esforço dos meus pais para me ver feliz e isso realmente me emociona: as lágrimas descem sem que eu possa controlar. A única coisa que quero é que tudo dê realmente certo, para que eu possa faze-los felizes. Decepciona-los mais uma vez é uma hipótese que não existe e nem deveria ser citada aqui...

Enfim, amanhã vou ao Rio dar continuidade à minha preparação para a viagem: vou retocar a coloração dos cabelos e me despedir das amigas mais próximas. Na terça-feira tenho que ir à agencia, pegar minha documentação, o endereço da casa onde vou ficar e tirar todas as dúvidas em relação à embarque, hospedagem, bagagem, escola e etc...


Também na terça-feira é a estréia do Fluminense na Libertadores e eu ainda não sei se poderei ir, porque o jogo termina muito tarde e não sei se terei onde dormir de terça pra quarta. Mas eu gostaria muito de poder ir a um jogo do meu time de coração antes de partir, já que, quando eu voltar, provavelmente já seremos campeões da América. Essa fé ninguém me tira!!!



Beijos no coração...

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Como tudo começou...

Oiiiiii...
Acho que chegou a hora de contar como essa ideia de intercambio começou, não é mesmo?

Acontece que eu fiz o curso de comissário e como muitos sabem, o inglês é bem exigido nesse carreira. Eu não lembrava quase nada do meu inglês e, como existem muitas companhias aéreas regionais, resolvi arriscar e fazer o curso mesmo sem ter o idioma, pois assim que eu fosse contratada, faria um curso com professor particular ou até mesmo um curso on line, porque assim teria condições de financiar os cursos que quisesse fazer... Mas apesar disso, eu ficava estudando em casa, assistindo filmes e ouvindo músicas enquanto acompanhava a letra: isso ajuda muito, mas obvio que não é suficiente!

Em junho, logo depois que fui aprovada na prova da ANAC - exame obrigatório para exercer a profissão de aeronauta no Brasil - tive um Encontro de Família, onde pude rever primos que eu não via a anos e dentre eles, um primo que morou por 16 anos nos EUA... Conversando com o Pablo, perguntei sobre cursos de inglês e ele me falou: "O melhor que você faz é estudar fora do Brasil, porque só assim pra você falar inglês 24 horas por dia e não esquecer!", dentre outras dicas que ele me deu... Eu fiquei pensando naquilo, que no início me pareceu muito difícil e assustador e fui amadurecendo a ideia, conversando com meus pais, pesando prós e contras... acabei descobrindo que não tinha "contras"!

Nesse meio tempo, dei logo um jeito de providenciar uma identidade nova, porque a minha já tinha quase 20 anos e para fazer o passaporte é necessário que ela esteja em bom estado. Assim que a minha identidade ficou pronta, corri pra providenciar meu passaporte.

Em setembro, fui a uma feira de intercambio e isso foi decisivo na escolha não só de fazer intercâmbio, mas também de ir para o Canadá, que antes me parecia tão sem graça. Nessa feira, fiquei conhecendo a agencia que está me levando e assisti algumas palestras que me ajudaram muito na escolha, tanto do curso, quanto da cidade e, principalmente, da agencia!

Eu sugiro a todos que tem vontade de fazer intercambio que frequentem essas feiras e ASSISTAM às palestras, todas que forem possível... Eu assisti 4 palestras e pude analisar bem todas as propostas, todas as agencias e todas as escolas, mas já saí de lá sabendo que o meu lugar era o Canadá, mais precisamente, Vancouver!

À partir daí, parti para o passo mais difícil: convencer meus pais e calcular, junto com eles, se eles teriam condições de fazer mais esse investimento - sim, porque um intercâmbio é um investimento no futuro! Nisso, os meses foram passando, porque meus pais não poderiam ser meus responsáveis financeiros (não na teoria!) e eu não tinha coragem de pedir a ninguém e meu desespero aumentando, cheguei a pensar que não iria rolar... Um dia, minha mãe me ligou dizendo que minha tia tinha aceitado ser minha "madrinha" e que meu pai já tinha pago a matrícula, ou seja, agora, era só arrumar a documentação para a solicitação do visto.

O primeiro passo, na verdade, é pagar a matrícula e esperar que a escola envie uma carta de aceitação do aluno, para que essa carta seja anexada junto a documentação para o visto. Também é necessário tirar foto 3x5, e como esse tamanho não é padrão do Brasil, eu tive muita dificuldade em encontrar um lugar que tirasse essa foto. No final, acabei tirando foto 5x5 e cortando. A papelada do visto deu um certo trabalho, eu tive que escrever uma carta explicando porque eu queria estudar fora e, a minha tia, que é minha responsável financeira (repito: apenas na teoria!) também precisou escrever uma carta de custeio e providenciar alguns outros documentos (extratos de conta, xérox do imposto de renda...)... Pra ser sincera, eu nem me lembro de tudo que foi necessário, mas se você tiver um pouco de organização, seu trabalho facilita bastante e o trabalho do pessoal da agencia também...

Enfim, tudo isso valeu a pena porque hoje, depois de mais de 1 mês e de ter feito aqueles exames, tive a resposta e meu visto foi aprovado. Agora é oficial: falta apenas 1 semana!!! E olha que eu ainda não arrumei nada, nem sei o que levar, nem onde vou ficar...

Na segunda-feira tenho uma reunião com o meu agente, para ele me dar as últimas dicas, me entregar o visto e me dar as informações sobre a minha família de lá.

Eu volto para contar tudo antes de embarcar...

Beijos no coração...

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Welcome, February!!!

Seja bem vindo, Fevereiro!


O mês tão esperado chegou: agora só faltam 10 dias... pelo menos na teoria, afinal, a passagem está comprada!
Mas estou esperançosa e bem mais calma...

Ontem comecei a ler um livro chamado "O Poder da Gratidão", que comprei na Bienal 2011 e ainda não tinha tido tempo de lê-lo. É engraçado como eu tenho lido livros que parecem ter sido escrito justamente para esses momentos que tenho vivido agora. O Poder da Gratidão nos mostra o quanto as coisas podem ser diferentes se passarmos a olhar para elas por outro prisma.

Um exemplo é como eu me senti quando recebi a notícia de que talvez a viagem tenha que ser adiada em alguns dias... Mas comecei a pensar que Deus nunca me deu nada fácil, mas sempre me deu tudo no tempo certo. Não tenho nada a reclamar com relação a esse intercâmbio, só tenho a agradecer, afinal, estou realizando um sonho! Quantas pessoas gostariam de estar no meu lugar e não tem essa oportunidade?

Eu fiz uma escolha que sei que me fará crescer muito enquanto pessoa e também me acrescentará muito na minha vida profissional, isso é um motivo de agradecimento.
Vou para uma cidade que eu escolhi, ficar muito mais tempo do que pude imaginar inicialmente e isso também é motivo de agradecimento e alegria.

Não há motivos para dramas, certo? Perder tempo com preocupações, angustias e ansiedade só nos causam dor de cabeça e insônia, e melhorar a qualidade do meu sono também consta nas minhas metas para 2012.

Portanto, aqui fica uma dica que acabo de aprender: olhar os problemas por outros ângulos pode nos ajudar a enxergar alegrias que estavam presentes mas não conseguíamos vê-las porque estávamos olhando pro outro lado.

Com essa dica me despeço e repito: seja bem vindo, Fevereiro!