segunda-feira, 15 de abril de 2013

"O amor faz a diferença..."

"'Estou apaixonado por uma mulher extraordinária. Não lamento os reveses e contratempos, porque no final da minha vida estou vicejando como uma flor, por causa do amor e do apoio que ela me dá.'

'Ele pode amar de maneira tão profunda, mas tenta controlar isso muito bem em sua apresentação pública. Privadamente, permite-se ser um ser humano. Gosta que as pessoas saibam que é feliz.'

'Quando você ama uma mulher, não vê seus defeitos. O amor é tudo. Você não presta atenção às coisas que os outros podem achar errado nela. Você apenas a ama.'

(...) Finalmente, aos oitenta anos, encontrou aquele amor e a felicidade com Graça Machel. Foi o final feliz que esteve buscando por meio século."



Trecho extraído do livro "Os caminhos de Mandela - Lições de Vida, Amor e Coragem", de Richard Stengel.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Grito de saudade

Muito se passou desde que voltei ao Brasil, mas a verdade é que pouca coisa mudou, exceto, dentro de mim. Me sinto mais feliz hoje do que antes da viagem e posso dizer que o intercâmbio foi minha cura. Como não me canso de dizer; abrir a cabeça faz milagres!

Não sei ao certo porque parei de escrever desde que voltei... a vida não teve grandes mudanças. Mas o coração anda mais calmo, envolto de alegria com uma nova presença canina para alegrar e anestesiar a minha vida.

Jolie veio para casa em março ou abril do ano passado, quando eu estava em Vancouver ainda. Ela era uma bebê que uma ONG de Terê postou no facebook que estava para adoção e imediatamente me encantei com aquelas bochechas caídas. Entre conversas, acabei convencendo meus pais a ficarem com ela, que já tinha sido adotada. Mas Deus mandou um sinal e a família adotante se encantou com outro cachorrinho da OMG. Conclusão: Jolie veio parar aqui! Lembro que meu irmão contava que o Ubaldo, abusado como era, não se metia a besta com ela. E o Bud, todo grandão ao lado daquela bebezinha que chegou encantando todo mundo...

Sofri muito quando o Ubaldo se foi sem que eu pudesse me despedir. Esse é o tipo de coisa que não tem como você adivinhar que vai acontecer e a verdade é que eu nunca imaginei que nunca mais o veria... Há quem me chame de egoísta por ter viajado e deixado meus cachorros aqui, mas... bom, não tem como levar todos os meus amores, certo?

Minha surpresa ao chegar aqui, fora conhecer Jolie, foi ver que o Bud ainda estava esperando por mim, como pedi a ele antes de viajar - esse talvez tenha sido meu grande gesto egoísta com alguém que eu tanto amei.

Bud estava magro e não conseguia se levantar sem que alguém o ajudasse. Levantou-se sozinho, somente as patas da frente, quando me viu. Foi um reencontro emocionante, por todas as circunstancias. Quando fiquei sozinha com ele, chorei... chorei por perceber o quão egoísta eu fui ao pedir que me esperasse (e ninguém venha me dizer que os cachorros não entendem o que dizemos, porque eles entendem sim!). Chorei porque vi que, embora vivo, ele já não vivia com tanta alegria quanto antes. Chorei porque pude sentir seu amor incondicional.
Bud foi um cachorro muito especial. Chegou em casa já adulto, conheceu e conviveu com todos os outros cães que tivemos. Foi o filhote que o Elfye não teve, um parceiro para o Argos, um pai para o Ozzy, um irmão para o Ubaldo e um verdadeiro exemplo para Jolie. Para nós, Bud foi um amor indescritível. Seus grandes olhos nos diziam palavras puras que ser humano nenhum, nunca, será capaz de dizer com sinceridade. O Bud jovem era estabanado e cheio de energia. Corria pelo quintal com seu imenso corpo, nos dando a sensação de iria cair a qualquer momento... nos divertíamos muito com ele. E acredito que ele também se divertia com a gente... A forma como ele nos olhava quando o cobríamos para dormir é de encher de esperança, amor e gratidão o coração de qualquer um...
Antes mesmo de fazer 1 mês que eu estava de volta ao Brasil, Bud se foi... Foi um dia difícil pra mim. Mas compreendo que a vida estava muito difícil pra ele... Bud tinha 12 anos e para um dog alemão isso é muito. Lembro o desespero de Jolie quando viu o moço do cemitério passando com o corpo dele e fico me perguntando como tem gente que acha mesmo que cachorro não sente... Jolie, tão nova, e vivendo um luto. Um luto que ainda dói... em mim, nela e em todos aqui...



Não sei porque hoje, porque sobre ele, mas a alma estava gritando aqui... grito de saudade! Deixei as palavras fluírem e, junto com elas, as lágrimas...