quinta-feira, 22 de março de 2012

St. Patrick's Day

Esse post era pra ter ido ao ar dia 18 ou 19, mas acabei me enrolando nos estudos e não deu... sorry!!!

Como alguns já sabem, dia 17 de março é comemorado em quase todo o mundo o Dia de São Patrício (St. Patrick's Day) - além do aniversário do meu irmão. Rs.
São Patrício é o Santo padroeiro e Apóstolo da Irlanda e também o santo mais festejado do mundo. É muito reverenciado nos países que falam a língua inglesa e também em alguns países da Europa e América do Sul, como a Argentina por exemplo. No Brasil, apesar de não ser feriado, alguns lugares - talvez mais ligados à cultura irlandesa - fazem festa em comemoração ao Santo. O uso de trajes e fitas verdes, trevo de 3 folhas e o abuso do álcool, principalmente a cerveja, são algumas das principais características do St. Patrick's Day. 
Eu tive o prazer de testemunhar a Parada de St. Patrick's Day aqui em Vancouver, no último dia da festa - o santo é comemorado por 1 semana, do dia 10 ao dia 18, com muitas festas e músicas. E vou contar um pouco do muito que vi...
Logo que cheguei aqui vi que no mercado estavam sendo vendidos chapéus, trevos, moedas, fantasias e muitas outras coisas na cor verde, sempre com alguma coisa escrito em amarelo ou dourado se referindo à St. Patrick's Day... ignorante que sou, não sabia do que se tratava e fui logo me informar. Muita gente, gosta desse feriado apenas para abusar das festas, do álcool e beber cerveja verde (eu não experimentei, mas me falaram que o sabor é o mesmo, só muda a cor!), mas o que eu vi no domingo, contrariou tudo que eu estava pensando até então: as pessoas realmente fazem questão de participar do desfile e comemorar em grande estilo.
A Parada começou com um desfile de motos da Polícia de Vancouver, com muitas luzes e pisca-alerta. Eu fiquei realmente impressionada com a forma como as pessoas respeitam a polícia aqui e todas olham muito encantadas para aquilo - foi esse o dia em que vi mais canadenses por aqui. Após o desfile de motos, veio uma ala de cavalos, com homens trajando kilt montados e abrindo espaço para uma banda, que veio logo atrás. Isso me lembrou bastante a minha infância em Visconde e os nossos desfiles de 7 de setembro, com a banda dando a volta na Praça. Vale ressaltar: todos da banda também usavam kilt. Não me lembro ao certo quantas alas participaram da Parada, que teve a duração de mais ou menos 90 minutos, mas foram várias alas de bandas, alas de pontos turísticos de Vancouver, que distribuíam brindes ou descontos, alas de escolas irlandesas e o que mais me encantou, uma ala do Clube do Wolfhound Irlandês. Vários cachorros da raça desfilaram e eu fiquei apaixonada por eles... quero um!!! Além disso, tivemos casais dançando música irlandesa, sapateado, perna-de-pau (amoooooooooo!), monociclo, acrobacias, palhaços e até uma pequena ala representando o Brasil: 3 mulheres caracterizadas para o carnaval com uma bandeira do Brasil onde vinha escrito atrás "Rainhas do Samba"! Achei um pouco fora do contexto, mas me senti um pouco mais próxima do meu país... Foi sem dúvida um dos meu programas preferidos daqui.
Depois do desfile, que aconteceu na Howe Street as pessoas correram pra Granville Street, onde tinha um pequeno palco e algumas barraquinhas e demonstração ou vendas de produtos típicos, além da exposição dos meus amados cachorrões! 
Fiquei realmente muito encantada com essa manifestação cultural e religiosa aqui na cidade, foi um lindo desfile, com crianças de 2 à 80 anos. Todos participam com muita alegria e disposição. Belíssimo!

Eu tirei muitas fotos e vou postar algumas pra vocês.



















Infelizmente, ainda não inventaram uma câmera capaz de capturar sentimentos, para que vocês possam ver a emoção de todos que lá estavam, mas espero que tenham gostado. Mais informações sobre o St. Patrick's Day, clique aqui.

Beijos cheios de saudade...

quinta-feira, 15 de março de 2012

Hockey e... Zumba!

Oi povo...
Tenho andado preguiçosa pra escrever, porque tenho tentado esquecer um pouco o português, mas nem adianta: eu não consigo! Amo essa nossa língua complicada!
Confesso que to morrendo de saudade do Brasil e chorei a semana inteira com vontade de voltar, mas sei o quanto é importante estar aqui e preciso fazer valer a pena! Só depende de mim...

Na semana passada, fui assistir um jogo de Hockey, de um time pequeno daqui de Vancouver, o Giants, contra um time americano. O time americano "goleou" (não sei se é assim que se fala no Hockey...), mas nem foi isso que me assustou... Eu pensava que hockey era só os patins, os tacos (??), o disco e gol! Mas não: é um pouco de UFC também... Rá! Levei um susto quando vi os caras distribuindo socos e o árbitro olhando pra briga com cara de pateta, como se aquilo fosse normal. E é! No Hockey os socos são mais normais e o árbitro só separa quando o primeiro jogador cai no chão... Achei um absurdo, mas são as regras do jogo. Fora isso, achei o esporte bem interessante. Também achei interessante o comportamento da torcida: não tem tambor, não tem gritaria, não tem samba... Ah, tá! Não é futebol, me desculpem... rs... As pessoas ficam sentadas confortavelmente o tempo todo, a torcida fica misturada, e quando sai um gol a torcida aplaude e algumas pessoas se levantam vibrando com os braços e outras gritam. Mas não aquele grito apaixonado dos torcedores de futebol; um grito contido, classudo, elegante. Quando sai briga, os torcedores apoiam o jogador, estimulando-o a derrubar o rival! Que os canadenses são frios - mas extremamente gentis, devo dizer -, eu já sabia, mas não imaginava que chegasse a esse ponto... rs...
Foi muito divertido ir ao jogo e acho que foi um dos melhores programas que fiz em Vancouver até hoje, porque me diverti demais! Quero ir outras vezes... :)

Essa semana eu comecei na academia, perto da escola, e estou muito feliz com isso. Eu sinto falta de me exercitar e a saudade, o (não saber) inglês e a falta de carinho (porque aqui ninguém se abraça) tem me deixado muito estressada, preciso descarregar de alguma forma. A academia foi a melhor forma de juntar o útil - me desestressar - ao agradável - se não emagrecer, pelo menos não engordar. rs.
Aí pra começar com chave de ouro, no pique do verão, inventei de fazer aula de Zumba. Acho que é uma dança latina, não sei bem a origem, mas é divertidíssimo. Me acabei de dançar e quando eu pensava que já tinha visto de tudo, eis que a professora coloca Michel Teló ***Nossa, nossa, assim você me mata!***
Éh, Michel, eu ando mesmo querendo te matar... kkkkkkkkkk... mas não me importei, porque foi uma forma de matar a saudade do forrozinho brasileiro. Depois do Michel, ainda tocou um axé que não conheço e a Dança da Vassoura, do Molejo. Eu pensei: "ainda bem que esse povo não entende as letras!" e me acabei de sambar! Me senti uma Rainha de Bateria sambando diante das gringas magricelas e desengonçadas... Haha, sou boba mesmo! Kkkkkkkkkkk...

E por hoje é isso: continuo na luta contra a saudade e a solidão! Precisava escrever pra aliviar um pouco e dizer que, embora eu esteja torcendo pra passar bem rápido (não sei porque, já que não sei o que me espera no Brasil quando eu voltar - e morro de medo disso!), eu vou fazer valer a pena cada dia, um após o outro!

See you...

terça-feira, 6 de março de 2012

Gratidão...

Éh gente...

Já vai fazer 1 mês que estou aqui e, embora às vezes eu chore de saudade, ainda não estou com vontade de voltar... Aos poucos, os amigos que fiz aqui estão indo embora e isso me entristece... Mas compreendi que cada um que vai embora, deixa comigo um grande aprendizado e outros novos amigos... Pessoas vão e vem o tempo todo e o importante é perceber que às vezes, elas estiveram ao seu lado simplesmente porque suas almas precisavam se encontrar...
Mesmo que a vida dê voltas e vocês não se encontrem nunca mais, a gratidão que você terá por elas será eterna, porque foram elas que estiveram ao seu lado quando você se sentiu perdida ou quando você simplesmente precisava de alguém pra trocar uma palavra de carinho, um olhar ou uma piada, que mesmo sem graça, te fará rir até doer a bochecha... Acho que é isso, o intercâmbio também nos ensina muito sobre gratidão!
Sei que muita gente nem percebe, mas para mim, é impossível não sentir gratidão por todas as pessoas que fizeram alguma coisa por mim, mesmo sem perceberem... Inconscientemente, todos se ajudam o tempo todo e no intercâmbio - dentro ou fora da escola - isso fica muito mais claro pra mim.
Por isso sempre discordo quando alguém diz que Tom estava errado ao escrever que "é impossível ser feliz sozinho...", porque ele estava certíssimo: mesmo que tenha momentos em que você necessite estar só - e eu sempre acho que tenho esses momentos mais que todo mundo -, chega uma hora em que você precisa ter alguém pra somar alegrias, multiplicar afeto, dividir lágrimas e subtrair toda a saudade que você sente aqui... seja de casa, dos amigos, da comida ou de tudo: se você não tiver com quem conversar, você pira!

Tenho conhecido muitos lugares lindos por aqui, sempre em companhia de pessoas igualmente lindas  e acho que esse meu primeiro mês foi de muito turismo, porque conheci os principais pontos turísticos de Vancouver: Stanley Park, Capilano, English Bay, Pacific Center, Metrotown e o outlet.
Sim, pessoas! Em Vancouver tem um outlet (na verdade, o outlet fica em New Westminster, mas é tão perto que é praticamente Vancouver... hehe).

Também já acordei olhando a neve da minha janela e saí de casa com a cidade toda branquinha: confesso, é molhado e escorregadio, quase sem graça, mas me apaixonei! Já patinei no gelo (coisa que muita gente já fez no Brasil, mas eu nunca tinha feito), já tive meu primeiro happy hour em um Pub onde passa jogos de Hoquei, já experimentei tequila, limão e sal, já bebi cerveja canadense e não gostei (porque cerveja é cerveja em qualquer lugar do mundo e eu não gosto mesmo), já saí pra andar atoa e descobri lugares maravilhosos, já fiz compras das quais me arrependi no minuto seguinte, já comi Donuts, já engordei, já comecei uma dieta e larguei, e já saí sem dinheiro algum, só pra ter certeza de que não vou gastar. Como vocês podem perceber, a vida aqui não é muito diferente da vida que eu levava aí, mas acho que estou muito mais feliz aqui, porque sei que tudo isso está sendo importante não só pra minha vida profissional, mas principalmente, para que eu conheça uma Liv que eu não me lembrava que existia.

Mas como postei no face esses dias, tenho total consciência de que não estou aqui para fazer turismo e quanto a isso, estou melhor do que era no Brasil porque até hoje não teve um dia em que eu tenha deixado de estudar pra vagabundear na internet ou sair pra andar a toa... tenho aprendido muito do inglês e acho que surpreendi a mim mesma na minha apresentação de final de Level, porque mesmo tendo escrito um texto com palavras que eu nunca tinha lido, ouvido ou falado (o Translate me ajudou com o texto e também sou grata do Google, hahaha), eu consegui acertar todas as pronuncias e fui muito bem em todas as provas. Essa é a grande novidade: já estou no Level 1B.

É normal, pelo menos na minha escola, todas as pessoas mudarem de Level depois de 3 semanas, mas ainda assim isso me deixa muito feliz, porque sei o quanto tenho me dedicado a isso e eu espero que em três meses de aulas, eu consiga evoluir muito mais.

Uma coisa importante, que vale ser lembrada: mesmo que eu tenha feito amizade com muitos brasileiros (porque não tem jeito, Vancouver foi invadida por brasileiros e não tem como fugir), eu praticamente só converso em inglês, mesmo com eles. Uma palavra ou outra falamos em português ou às vezes até trocamos algumas frases, mas no geral, só inglês. É isso que tem me ajudado a evoluir e conhecer novas palavras, porque quase todos os meus amigos são de Levels mais avançados que o meu. E isso nem foi uma escolha, simplesmente aconteceu... Vai ver porque tinha que ser assim e pronto!

E já que eu tenho sentido muita saudade da música brasileira e como citei o Tom lá em cima, deixo vocês com Wave...
Beijos saudosos no coração...