sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Big Brother Brasil

Olááá...
Estava sumida, mas voltei.
Viajei no carnaval, foi tudo ótimo e depois conto tudo! Mas hoje vim aqui para falar de um outro assunto... um assunto que sempre mexe com o Brasil nos 3 primeiros meses do ano: o tal do Big Brother Brasil.
Faço parte do grupo Fórum de Teatro, no Yahoo Grupos. Em um dos tantos e-mail´s que recebo diariamente, recebi um que falava para votarmos contra o babaca do Dourado, por conta do seu preconceito entre outras coisas... Claro que esse e-mail criou polêmica no grupo, onde alguns são contra falar sobre esse tema em um fórum criado para falar e divulgar a arte... Dentre tantos e-mail´s que recebi - e confesso que muitos eu nem li! -, um me chamou a atenção. Eis-lo aqui:


"Sinceramente não suporto essa edição no BBB. Não consegui ver nem 5 minutos do programa. Mas realmente não podemos ignorar a importância que ele tem em termos antropológicos e antropologia e teatro são amigos íntimos. Afinal, o teatro não existe sem o humano e a antropologia está aí exatamente para estudar nosso comportamento...Aí sim, o BBB funciona como um excelente observatório antropológico e dá pano para a manga para promover reflexões benéficas. O que não se pode é assistir de forma acrítica. Aliás, a postura acrítica é contracensual se estamos atuando no ramo da cultura e do entretenimento. Sim, teatro tb é entretenimento mas não deveria se restringir a isso, o que é infelizmente comum demais, fato que tem me afastado dos palcos cariocas até. Aliás, se alguém daqui do fórum estiver interessado em enveredar pelos lados da pesquisa de linguagem, reflexão antropólogica, crítica social, pode contar comigo! Bom, continuando o assunto BBB, mando um link para p a coluna da Patrícia Kogut que analisa o fenômeno Dourado pelo viés da psicanálise: http://oglobo.globo.com/cultura/kogut/posts/2010/02/25/dourado-o-julgamento-popular-269050.asp

Não acho que uma campanha para que todos votem contra o Dourado seja realmente relevante para esse fórum porque, gente...votar no BBB não é uma real manifestação que promova os ideais de tolerância e mostre para a Globo o absurdo de manter um participante como ele na casa...Aliás, a Globo nem deveria tê-lo chamado...Acho mais que quanto menos ibope dermos ao programa mais eficiente é a manifestação. Para a Globo é só isso que importa e sendo assim votar no Dourado é dar ibope ao programa, é provar para a Globo que é mais eficiente escalar gente sem noção para o BBB do que pessoas com valores morais mais elevados. E isso ela já sabe mto bem...O que precisamos é provar o contrário, é mostrar para a Globo que a gente ñ tem cérebro de minhoca não, que não temos disponibilidade para sermos bombardeados por asneiras e que simplesmente nos negamos a consumir essa porcaria! Não tô ligada nos índices de audiência do programa, mas acho que o Dourado é favorito devido ao perfil dos espectadores participantes do BBB, afinal quem é q perde tempo e dinheiro votando no programa? Parece não se tratar de pessoas lá mto exigentes tb quanto à valores morais...digo morais e não moralistas, compreendam bem. Conheço mtas pessoas que como eu não conseguem assistir ao programa então concluo que as pessoas com ideais distintos aos preceitos que mantém o programa no ar desistiram de assistir.

Agora se o que se pretende é manifestar-se contra a intolerância materializada na figura do Dourado, acho que existem caminhos mais eficientes...Tipo escrever uma carta de repúdio à politica de escolha dos participante e publicá-la na imprensa. Ou mesmo fazer campanha aberta para que as pessoas que estejam em desacordo à permanência do Dourado na casa parem de assistir ao programa e ponto. Perdendo ibope a Globo tem que se ligar em elevar o nível dos participantes...Aliás, fazer uma campanha para que as pessoas parem de assistir ao Faustão tb seria uma ótima idéia...

Como vimos depois desse email giga - Sim, o assunto realmente dá pano para a manga se for abordado criticamente e não se restringir somente a Vote para o Dourado sair ou a BBB Não!

Salúdos,

Larissa Bery"



Achei a Larissa muito sensata e verdadeira em seu e-mail, por isso enviei a ela uma resposta pedindo autorização para posta-lo aqui. Autorização dada, post completo. Concordo com ela e não aguento mais tantas mensagens no twitter defendendo um ou outro lado, mensagens preconceituosas pedindo eliminação de uma garota só porque ela não faz o buço - mensagens chamando-a de bigoduda, inclusive - que por coincidência, é uma das homossexuais do programa. Por isso achei seu e-mail necessário, porque temas como esse merecem discussões sim, mas desde que sejam discussões sensatas. Agora me diga o que acha sobre o tema...

Beijos no coração...

3 comentários:

  1. Amigo meu disse uma teoria de q o Povo precisa de um simbolo para expressar a sua voz sem se comprometer.... Segundo ele o Dourado faz sucesso pq a populaçao brasileira aina é preconceituosa e machista...

    Mas isto é só uma teoria...

    EU num acompanho BBB mesmo... Entao nem posso comentar a respeito
    BJs no tum-tum

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  2. Olá.

    Cai no seu blog por intermédio do Jornalheiros.

    Bem legal. Parabéns. Abs.

    Paulo

    http://cronicasdoflu.blogspot.com
    http://paulorobertoandel.blogspot.com

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  3. Opiniao de um Professor sobre o que Patricia Kogut disse de Dourado:

    "Patrícia,

    gostaria de parabenizá-la pelas críticas a este "fenômeno dourado" na
    TV. Não sou fã do BBB, não torço por ninguém, mas não consegui ficar
    indiferente às imagens violentas e ao texto sobre a AIDS reproduzidos
    pelo candidato favorito do público. Discordo veementemente da
    análise do psicanalista citado na sua coluna. O participante encarna a
    virulência, a virilidade e a sagacidade dos vencedores. Essas são
    qualidades desejadas pelo mercado que não suporta a fragilidade do
    humano. Esse mercado que vende formas nunca repetidas de uma almejada
    potência ao consumidor.
    O mundo insuportável em que vivemos confunde estrategicamente
    fragilidade com impotência. No consumo paranóico de forças para sermos
    o vencedor, o outro é o aliado para a realização do "meu projeto", um
    possível estorvo ou algo que precisa ser aniquilado. O corpo tenso do
    candidato, exibindo o desejo de espancar a candidata eliminada do
    programa, não é restrito a ele, não restringe-se a uma característica
    pessoal. A imagem que eu vi, apresenta-nos a encarnação da vida
    fascista. Na tela, presenciamos o corpo de inúmeros assassinos de
    mulheres, de matadores de homens que desejam homens, da truculência
    policial, etc. A vida fascista é despossuída de um autor específico,
    de um povo ou de uma época. É uma modalidade de se viver que não
    tolera o frágil inacabamento do humano, reduzindo as diferenças a
    qualidades de tribos.
    Já a constatação da fragilidade humana nos oferece a curiosidade pela
    alteridade, pela diferença entendida como possibilidade de contagiar
    e, consequentemente, de nos incitar a descobrir outros sentidos para o
    mundo e para as nossas vidas. Trata-se de uma conclusão, às vezes
    sofrida, de que a grandeza onipotente do eu ou do corpo são cínicos
    impostores, uma vez que somos feitos de encontros, de laços, de
    conexões nunca finalizadas de histórias e pela história. Frágeis,
    nunca seremos impotentes.
    Enfim, o candidato acabou por reeditar a "peste gay" dos anos oitenta,
    que delegava aos homens que desejam homens a culpa pela AIDS. Essa
    culpa que matou muita gente e ainda o faz veladamente. O corpo dourado
    misturou o brilho contemporâneo do mundo das celebridades às sinistras
    sombras do passado. A suástica inscrita nesse corpo é uma ameaça à
    vida, à esta força criadora que produz desassossego e atrai nossa
    atenção para além de nossos próprios umbigos. Fora vida fascista .

    Luis Antonio Baptista"

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