terça-feira, 5 de junho de 2012

Trabalhando no Intercâmbio

Éh pessoal, terminadas as 12 semanas na escola, parti para o mais difícil: a busca por um trabalho.
Como procurar um trabalho em um país estranho, onde você não tem referências, muito menos experiência e isso tudo com mais uma dificuldade: não compreende direito o idioma? Não é fácil e chega a dar uma vontade de desistir de tudo e voltar pra casa. Mas me joguei! Imprimi 70 currículos, 20 cover letters (uma carta de apresentação, que algumas empresas pedem por aqui) e fui de porta em porta, pedindo pra falar com o gerente, errando alguns tempos verbais, as pronúncias, mas tentando... Também conversei com a representante da minha agência aqui em Vancouver (não sei se cheguei a falar, mas vim pela agência Information Planet, que tem uma filial em cada cidade pra onde ela manda estudantes) pedindo algumas informações sobre como agir, onde ir e etc... Numa dessas "portas" em que bati, acabei dando a sorte de conseguir falar diretamente com o gerente e ele acabou me pedindo para voltar mais tarde para que ele pudesse me entrevistar - detalhe: no meu restaurante preferido daqui. Fiquei nervosa... como ser entrevistada, sabendo que seu inglês está longe de ser bom? 
Mesmo assim, continuei na busca... deixei mais alguns currículos, fui pra academia, tomei banho, me maquiei, e na hora marcada já estava lá! Ainda fiquei um tempo esperando, porque ele estava muito ocupado, mas ele acabou me atendendo e foi quando eu pensei: eu quero esse emprego e preciso ser honesta, se tenho dificuldade de entender o que me falam, preciso que ele saiba disso! E falei isso... não sei se isso me atrapalhou, porque acabei não indo trabalhar lá, embora ele tenha dito que isso não seria um problema e que ele gostou de mim, mas teria que esperar o verão pra me contratar. E bem, eu volto para o Brasil um mês antes de acabar o verão. Então, nosso posso esperar, certo?
Continuei na procura e um belo dia, recebi um telefonema de uma amiga dizendo que sua amiga estava precisando de alguém para ajuda-la no restaurante onde trabalha: mais uma vez me joguei e aí sim, consegui o meu tão almejado trabalho no exterior.
Estou lá à duas semanas, tendo algumas dificuldades no listening - como eu já tinha previsto - e sem saber se estou agradando, mas ainda assim, continuo me esforçando e tentando.
O meu trabalho não é nada do que imaginei que seria quando vim pra cá: eu lavo louça - tarefa doméstica que sempre odiei -, esfrego o chão, limpo os vidros, sou caixa e sirvo as mesas. Isso em um restaurante mediterrâneo. O meu "patrão" parece ser uma pessoa maravilhosa, de bom coração e isso me fez gostar de lá de graça! O ambiente tem uma energia bacana e eu gosto de trabalhar assim. Isso torna as dificuldades um pouco mais leves, eu acho...
Eu fui treinada pela outra brasileira que trabalha lá, em português mesmo e isso tornou as coisas mais fáceis também, ela é paciente e sempre tira minhas dúvidas quando me esqueço de algo. Mas não trabalhamos no mesmo horário, o que é bom, já que preciso mesmo é ouvir inglês!

Acho engraçado como as coisas são... eu, que já fiz dança do ventre e sempre me interessei muito pela cultura muçulmana, tendo até lido alguns livros à respeito, cheguei no Canadá e acabei me apegando justamente à eles. Meus amigos mais próximos, atualmente, são árabes. Não seguem à risca seus costumes e nem sei se são religiosos - e eu acho que não, mas têm um coração do tamanho do mundo. E agora, tenho um chefe Iraquiano, que segue à risca os costumes muçulmanos e também tem um coração enorme - pelo menos, pelo pouco que conheci, foi a impressão que ficou.
Eu, que estava tão curiosa e ansiosa por fazer amizades com canadenses, por conhecer a cultura "branquela" do Canadá, acabei me surpreendendo com os árabes e até agora, não sei quase nada da cultura canadense.
Vancouver é uma cidade com muitos imigrantes, vindos de todas as partes do mundo, e posso dizer que 75% dos clientes que vão no restaurante são árabes (ou de culturas parecidas). Isso dificulta um pouco a minha situação, porque são muitos sotaques e pronúncias diferentes, e eu acabo sem saber o que é certo, mas acho que no fim das contas, o importante mesmo é se comunicar e não fazer besteira no trabalho. O resto, eu vou aprendendo com o tempo...

Beijos direto da primavera gelada de Vancouver... :)

domingo, 20 de maio de 2012

Você se sente amado?

O cara diz que te ama, então tá. Ele te ama.
Sua mulher diz que te ama, então assunto encerrado.


Você sabe que é amado porque lhe disseram isso, as três palavrinhas mágicas. Mas saber-se amado é uma coisa, sentir-se amado é outra, uma diferença de milhas, um espaço enorme para a angústia instalar-se.

A demonstração de amor requer mais do que beijos, sexo e verbalização, apesar de não sonharmos com outra coisa: se o cara beija, transa e diz que me ama, tenha a santa paciência, vou querer que ele faça pacto de sangue também?

Pactos. Acho que é isso. Não de sangue nem de nada que se possa ver e tocar. É um pacto silencioso que tem a força de manter as coisas enraizadas, um pacto de eternidade, mesmo que o destino um dia venha a dividir o caminho dos dois.

Sentir-se amado é sentir que a pessoa tem interesse real na sua vida, que zela pela sua felicidade, que se preocupa quando as coisas não estão dando certo, que sugere caminhos para melhorar, que coloca-se a postos para ouvir suas dúvidas e que dá uma sacudida em você, caso você esteja delirando. "Não seja tão severa consigo mesma, relaxe um pouco. Vou te trazer um cálice de vinho".

Sentir-se amado é ver que ela lembra de coisas que você contou dois anos atrás, é vê-la tentar reconciliar você com seu pai, é ver como ela fica triste quando você está triste e como sorri com delicadeza quando diz que você está fazendo uma tempestade em copo d´água. "Lembra que quando eu passei por isso você disse que eu estava dramatizando? Então, chegou sua vez de simplificar as coisas. Vem aqui, tira este sapato."

Sentem-se amados aqueles que perdoam um ao outro e que não transformam a mágoa em munição na hora da discussão. Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente bem-vindo, que se sente inteiro. Sente-se amado aquele que tem sua solidão respeitada, aquele que sabe que não existe assunto proibido, que tudo pode ser dito e compreendido. Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é, sem inventar um personagem para a relação, pois personagem nenhum se sustenta muito tempo. Sente-se amado quem não ofega, mas suspira; quem não levanta a voz, mas fala; quem não concorda, mas escuta.

Agora sente-se e escute: eu te amo não diz tudo.

(Martha Medeiros)

domingo, 6 de maio de 2012

12 semanas!

Falta pouco pra completar 3 meses que estou aqui, mas eu já fechei o primeiro ciclo! Já finalizei as 12 semanas de estudos e agora estou novamente na luta em busca de um trabalho.


Estou me sentindo como aquela adolescente que foi morar no Rio aos 19 anos e corria de porta em porta pra deixar um currículo, sonhando em se sustentar pra estudar teatro e se tornar uma grande atriz...

Quase dez anos depois, quase nada mudou... Toda a minha experiência em entrevistas, cursos, psicóloga, e vida, não tem servido pra me dar segurança na hora de entrar numa loja e deixar meu "resumé". O motivo é quase obvio: agora eu tenho que fazer ainda melhor do que eu fazia, mas em inglês! E pra quem a até 3 meses atrás, não sabia muito mais que dizer o seu nome e idade, isso não é nada fácil.

Parece óbvio que hoje eu já consiga manter um diálogo em inglês, quase sem nenhum erro de concordância, e é! Mas na hora de manter uma conversa formal, com um gerente de um lugar aonde você pretende trabalhar, todas as palavras se embaralham e eu volto a ser aquela adolescente insegura e quase sem experiência que não sabia aonde queria trabalhar, mas precisava de dinheiro pra se manter e manter aceso o seu sonho de trabalhar no que ama. E a verdade é que é mais ou menos assim mesmo que me sinto, porque eu não tenho perspectiva nenhuma aqui: apenas preciso treinar meu inglês, ganhar experiência internacional e dinheiro pra manter esses próximos quatro meses. É complicado procurar emprego sem perspectivas de futuro.

Eu quero é começar a voar o quanto antes e aí sim, construir a minha vida. Mas antes disso, é preciso encontrar uma oportunidade aqui, viver a vida em inglês... e emagrecer! E isso não está nada fácil.

Mas como eu não costumo abaixar a cabeça, mesmo quando tudo parece impossível, continuarei nessa luta que tem sido tão difícil...
Raul diria: "Um sonho que se sonha só é só um sonho que se sonha só! Mas sonho que se sonha junto é realidade!"... E eu preciso é acreditar que não estou só - já que não estou mesmo!

Mesmo com todas as dificuldades, eu ainda tenho fé nos meus sonhos - e esses não são poucos. E é só por eles que eu estou aqui, longe de todas as pessoas eu amo. E assim me manterei: lutando e acreditando!


Quem quiser vir comigo, que seja pra me fazer acreditar ainda mais. 

Beijos saudosos e ST!

Foto: O momento em que eu recebia o meu diploma de inglês intermediário.

terça-feira, 24 de abril de 2012

News

Oi povo...

Dei uma sumida do blog, meio que de propósito, porque passei uns dias meio tristinha e/ou estranha e como tristeza só é bom na ficção, preferi ficar quietinha na minha.
Acontece que a medida que eu vou mudando de level o idioma vai ficando mais difícil e as dificuldades vão aumentando e no início desse Level 2A tinham dias que eu sentia vontade de chorar no meio da sala de aula, porque não entendia o que o professor falava, não entendia a matéria e me sentia uma retardada porque só eu interrompia a aula pra tirar dúvidas. E a verdade é que isso não mudou, mas o que eu percebi é que às vezes as pessoas não entendem, mas ficam com vergonha ou preguiça de perguntar; se esquecem que estão pagando CARO pra estar ali e que a função do professor é justamente essa: tirar dúvidas! Se não fosse por isso, usaríamos apenas os livros e os cds para estudar, certo?

Eu ainda não estou 100%, porque está muito difícil encontrar emprego, está difícil encontrar um quarto pra eu morar e as coisas aqui estão muito caras pra mim. Também ando triste por um motivo completamente fútil, mas do qual eu não consigo me livrar: estou engordando assustadoramente. Vou à academia TODOS os dias, malho durante pelo menos 1 hora e meia, mas ainda assim está complicado emagrecer. Aí junta a cobrança de ter que aprender o idioma, com a cobrança de ter que arrumar um emprego, com o estresse que é pra arrumar um quarto, mais a cobrança de ter que emagrecer (porque minhas roupas não estão servindo mais!) e pronto: a cabeça pára!

O que eu tenho percebido é que as pessoas que alugam quartos aqui não gostam muito de brasileiros. Algumas pessoas pra quem liguei, foi a primeira coisa que me perguntaram: "where are you from?" e quando respondo Brasil, dizem que o quarto já foi alugado... Provavelmente porque algum brasileiro fez merda - e o que mais tem é gente que só vem fazer intercambio pra fazer merda - e agora quem paga o pato sou eu! Quem mandou ser brasileira?

Enfim, to tentando economizar de todas as formas e tentando levantar meu astral, porque se eu baixar a bola, já sei como é e não funciona! Minhas notas estão melhorando e, embora eu ainda não entenda perfeitamente tudo o que me falam, meu "listening" está melhorando devagar.

Tenho feito passeios incríveis - dando preferencia aos gratuítos, obviamente -, e a primavera aqui é realmente surpreendente. E não param de chegar brasileiros...

Kisses...

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Grouse Montain - a Minha aventura no gelo! :)

Oiiiiiiiiiii...
No último domingo eu fui conhecer a montanha mais alta de Vancouver, aproveitar o início da primavera e talvez a ultima oportunidade de ver neve por aqui.
Eu acordei meio desanimada, porque o dia amanheceu ensolarado e eu queria ir em um dia que estivesse tudo branco mesmo... mas fui assim mesmo e foi demais!
É muito fácil pra ir e não é necessário guia, basta você pegar o SeaBus pra North Vancouver e lá mesmo pegar o ônibus 236, cujo ponto final é na entrada da aventura. A parte ruim: você precisa pagar $42,00 só pra subir! É um "Bondinho" tipo o do Pão-de-Açúcar, só que um pouco menor e a subida é mais rápida também... Mas pra mim foi onde o coração começou a acelerar, porque lá embaixo, obviamente, as árvores estavam verdes. Mas à medida em que você vai subindo, a neve começa a aparecer. As folhas das árvores começam a ficar branquinhas, cada vez mais, até que você chega lá em cima e encontra tudo branco. Lindo, lindo, lindo... Essa foto é da minha subida, quando meu coração começou a bater mais forte: a qualidade não está muito boa porque o vidro do "bondinho" estava molhado e embaçado. Mas me digam se não é lindo???
Quando eu cheguei lá em cima, eu pirei... a temperatura era 3º negativos, mas eu suava de calor, de tanta emoção que sentia... Me senti uma criança que nunca tinha visto neve e me comportei como tal... hahahaha. Como eu não sabia por onde começar, me fingi de comportada e fui tirar fotos... de tudo, apontando a câmera pra todos os lados... hahaha... Logo eu desisti de me comportar e resolvi tirar foto de uns bonecos que estavam afundados na neve... 
Tentei subir para tirar a foto mais de perto e aconteceu o primeiro mico: entalei na neve! Kkkkkkkkkkkkk... Eu não percebi que era neve fofa e saí correndo na subida e, não satisfeita em entalar uma vez, continuei subindo e entalei de novo, e de novo, até que meu pé começou a afundar mais do que a altura da bota e molhou minha calça, daí me preocupei e desci: mas se entalei pra subir, obviamente, entalei também pra descer... ainda bem que todo mundo tava muito preocupado em esquiar e nem ligaram pra mim.  Esses são os bonecos safados que me fizeram entalar na neve: foi nesse morrinho aí que eu entalei, mas confesso que a minha vontade era deitar ali e pedir pra alguém tirar milhões de fotos... Segui minha guia - eu mesma - e fui explorar o "Resort". Tudo muito branco, muito lindo, pessoas esquiando, crianças esquiando, snowboard, tombos engraçados, tombos feios, árvores lindas... enfim, como choveu a semana inteira, aquilo lá estava o paraíso e eu, criança feliz, não poderia deixar de realizar o meu sonho mais infantil: deitar na neve! 
DEITEI NA NEVE!!!!!!!!!!!!!!! Deitei na neve e sorri... sorri... fotografei e sorri mais! Gargalhei... de doer a bochecha, sozinha, como uma louca... louca por neve! Fiquei lá, quietinha, deitada, por uns 2 minutos apenas, porque o casaco é impermeável, mas não é "WaterProof" como a bota, então né... continuei minha aventura na neve, forever alone e feliz como uma criança. Vi pessoas com uma churrasqueira, música alta, esquís, crianças fantasiadas esquiando, crianças levendo tombos bizarros, adultos morrendo de medo, crianças tirando onda... Uma das coisas mais lindas que eu vi: uma família brincando de guerra de neve! Aaaaaaahhh... esse é um sonho impossível de realizar sozinha! Minha vontade era pegar uma bolinha bem bonita e jogar neles, carimbando meu passaporte pra guerra. Mas eu nem tenho essa cara-de-pau, então, fiquei só olhando e sorrindo de longe... cheguei a fazer uma bolinha de neve e joguei no chão mesmo... Achei bolas gigantes e joguei nos bonecos que me fizeram entalar. Eu sou moleca mesmo, não tem jeito, tenho sonhos bobos e desses, não realizei outro além da guerra de neve: o ski. Mas vou te falar, que eu aproveitei tanto a minha tarde na neve, que não ter esquiado não me fez menos feliz. Terei muitas outras oportunidades de esquiar, tenho certeza que sim.
Eu fui, fiquei e voltei sozinha, como a maioria dos meus passeios aqui, mas vou contar pra vocês: foi um dos melhores dias da minha vida - quase empata com o FLU campeão na véspera do meu niver!
De verdade, eu fui embora porque precisava estudar, mas a verdade é que enrolei demais antes de sair de lá. Esse dia ficou marcado no meu coração e na minha memória, e eu choro só de pensar nele: de felicidade, por ter realizado um sonho; e com um pouquinho de tristeza, por não poder dividir esses momentos com as pessoas que eu amo e principalmente, com as duas pessoas que eu mais amo no mundo e que são os responsáveis pela realização do meu sonho: meus pais lindos!
Caminhando pro meu segundo mês aqui, a saudade está apertada demais, mas estou cumprindo o meu dever: falando - e entendendo - inglês!
Deixo vocês com algumas outras fotos...

Meus pés na neve.  Churrasco
Lindo! Vamos brincar de guerra? 

 :) O bondinho...
Obrigaaaaaaaaadaaaaaaaaa!!!!!!!!!!

Beijos no core...

quinta-feira, 22 de março de 2012

St. Patrick's Day

Esse post era pra ter ido ao ar dia 18 ou 19, mas acabei me enrolando nos estudos e não deu... sorry!!!

Como alguns já sabem, dia 17 de março é comemorado em quase todo o mundo o Dia de São Patrício (St. Patrick's Day) - além do aniversário do meu irmão. Rs.
São Patrício é o Santo padroeiro e Apóstolo da Irlanda e também o santo mais festejado do mundo. É muito reverenciado nos países que falam a língua inglesa e também em alguns países da Europa e América do Sul, como a Argentina por exemplo. No Brasil, apesar de não ser feriado, alguns lugares - talvez mais ligados à cultura irlandesa - fazem festa em comemoração ao Santo. O uso de trajes e fitas verdes, trevo de 3 folhas e o abuso do álcool, principalmente a cerveja, são algumas das principais características do St. Patrick's Day. 
Eu tive o prazer de testemunhar a Parada de St. Patrick's Day aqui em Vancouver, no último dia da festa - o santo é comemorado por 1 semana, do dia 10 ao dia 18, com muitas festas e músicas. E vou contar um pouco do muito que vi...
Logo que cheguei aqui vi que no mercado estavam sendo vendidos chapéus, trevos, moedas, fantasias e muitas outras coisas na cor verde, sempre com alguma coisa escrito em amarelo ou dourado se referindo à St. Patrick's Day... ignorante que sou, não sabia do que se tratava e fui logo me informar. Muita gente, gosta desse feriado apenas para abusar das festas, do álcool e beber cerveja verde (eu não experimentei, mas me falaram que o sabor é o mesmo, só muda a cor!), mas o que eu vi no domingo, contrariou tudo que eu estava pensando até então: as pessoas realmente fazem questão de participar do desfile e comemorar em grande estilo.
A Parada começou com um desfile de motos da Polícia de Vancouver, com muitas luzes e pisca-alerta. Eu fiquei realmente impressionada com a forma como as pessoas respeitam a polícia aqui e todas olham muito encantadas para aquilo - foi esse o dia em que vi mais canadenses por aqui. Após o desfile de motos, veio uma ala de cavalos, com homens trajando kilt montados e abrindo espaço para uma banda, que veio logo atrás. Isso me lembrou bastante a minha infância em Visconde e os nossos desfiles de 7 de setembro, com a banda dando a volta na Praça. Vale ressaltar: todos da banda também usavam kilt. Não me lembro ao certo quantas alas participaram da Parada, que teve a duração de mais ou menos 90 minutos, mas foram várias alas de bandas, alas de pontos turísticos de Vancouver, que distribuíam brindes ou descontos, alas de escolas irlandesas e o que mais me encantou, uma ala do Clube do Wolfhound Irlandês. Vários cachorros da raça desfilaram e eu fiquei apaixonada por eles... quero um!!! Além disso, tivemos casais dançando música irlandesa, sapateado, perna-de-pau (amoooooooooo!), monociclo, acrobacias, palhaços e até uma pequena ala representando o Brasil: 3 mulheres caracterizadas para o carnaval com uma bandeira do Brasil onde vinha escrito atrás "Rainhas do Samba"! Achei um pouco fora do contexto, mas me senti um pouco mais próxima do meu país... Foi sem dúvida um dos meu programas preferidos daqui.
Depois do desfile, que aconteceu na Howe Street as pessoas correram pra Granville Street, onde tinha um pequeno palco e algumas barraquinhas e demonstração ou vendas de produtos típicos, além da exposição dos meus amados cachorrões! 
Fiquei realmente muito encantada com essa manifestação cultural e religiosa aqui na cidade, foi um lindo desfile, com crianças de 2 à 80 anos. Todos participam com muita alegria e disposição. Belíssimo!

Eu tirei muitas fotos e vou postar algumas pra vocês.



















Infelizmente, ainda não inventaram uma câmera capaz de capturar sentimentos, para que vocês possam ver a emoção de todos que lá estavam, mas espero que tenham gostado. Mais informações sobre o St. Patrick's Day, clique aqui.

Beijos cheios de saudade...

quinta-feira, 15 de março de 2012

Hockey e... Zumba!

Oi povo...
Tenho andado preguiçosa pra escrever, porque tenho tentado esquecer um pouco o português, mas nem adianta: eu não consigo! Amo essa nossa língua complicada!
Confesso que to morrendo de saudade do Brasil e chorei a semana inteira com vontade de voltar, mas sei o quanto é importante estar aqui e preciso fazer valer a pena! Só depende de mim...

Na semana passada, fui assistir um jogo de Hockey, de um time pequeno daqui de Vancouver, o Giants, contra um time americano. O time americano "goleou" (não sei se é assim que se fala no Hockey...), mas nem foi isso que me assustou... Eu pensava que hockey era só os patins, os tacos (??), o disco e gol! Mas não: é um pouco de UFC também... Rá! Levei um susto quando vi os caras distribuindo socos e o árbitro olhando pra briga com cara de pateta, como se aquilo fosse normal. E é! No Hockey os socos são mais normais e o árbitro só separa quando o primeiro jogador cai no chão... Achei um absurdo, mas são as regras do jogo. Fora isso, achei o esporte bem interessante. Também achei interessante o comportamento da torcida: não tem tambor, não tem gritaria, não tem samba... Ah, tá! Não é futebol, me desculpem... rs... As pessoas ficam sentadas confortavelmente o tempo todo, a torcida fica misturada, e quando sai um gol a torcida aplaude e algumas pessoas se levantam vibrando com os braços e outras gritam. Mas não aquele grito apaixonado dos torcedores de futebol; um grito contido, classudo, elegante. Quando sai briga, os torcedores apoiam o jogador, estimulando-o a derrubar o rival! Que os canadenses são frios - mas extremamente gentis, devo dizer -, eu já sabia, mas não imaginava que chegasse a esse ponto... rs...
Foi muito divertido ir ao jogo e acho que foi um dos melhores programas que fiz em Vancouver até hoje, porque me diverti demais! Quero ir outras vezes... :)

Essa semana eu comecei na academia, perto da escola, e estou muito feliz com isso. Eu sinto falta de me exercitar e a saudade, o (não saber) inglês e a falta de carinho (porque aqui ninguém se abraça) tem me deixado muito estressada, preciso descarregar de alguma forma. A academia foi a melhor forma de juntar o útil - me desestressar - ao agradável - se não emagrecer, pelo menos não engordar. rs.
Aí pra começar com chave de ouro, no pique do verão, inventei de fazer aula de Zumba. Acho que é uma dança latina, não sei bem a origem, mas é divertidíssimo. Me acabei de dançar e quando eu pensava que já tinha visto de tudo, eis que a professora coloca Michel Teló ***Nossa, nossa, assim você me mata!***
Éh, Michel, eu ando mesmo querendo te matar... kkkkkkkkkk... mas não me importei, porque foi uma forma de matar a saudade do forrozinho brasileiro. Depois do Michel, ainda tocou um axé que não conheço e a Dança da Vassoura, do Molejo. Eu pensei: "ainda bem que esse povo não entende as letras!" e me acabei de sambar! Me senti uma Rainha de Bateria sambando diante das gringas magricelas e desengonçadas... Haha, sou boba mesmo! Kkkkkkkkkkk...

E por hoje é isso: continuo na luta contra a saudade e a solidão! Precisava escrever pra aliviar um pouco e dizer que, embora eu esteja torcendo pra passar bem rápido (não sei porque, já que não sei o que me espera no Brasil quando eu voltar - e morro de medo disso!), eu vou fazer valer a pena cada dia, um após o outro!

See you...

terça-feira, 6 de março de 2012

Gratidão...

Éh gente...

Já vai fazer 1 mês que estou aqui e, embora às vezes eu chore de saudade, ainda não estou com vontade de voltar... Aos poucos, os amigos que fiz aqui estão indo embora e isso me entristece... Mas compreendi que cada um que vai embora, deixa comigo um grande aprendizado e outros novos amigos... Pessoas vão e vem o tempo todo e o importante é perceber que às vezes, elas estiveram ao seu lado simplesmente porque suas almas precisavam se encontrar...
Mesmo que a vida dê voltas e vocês não se encontrem nunca mais, a gratidão que você terá por elas será eterna, porque foram elas que estiveram ao seu lado quando você se sentiu perdida ou quando você simplesmente precisava de alguém pra trocar uma palavra de carinho, um olhar ou uma piada, que mesmo sem graça, te fará rir até doer a bochecha... Acho que é isso, o intercâmbio também nos ensina muito sobre gratidão!
Sei que muita gente nem percebe, mas para mim, é impossível não sentir gratidão por todas as pessoas que fizeram alguma coisa por mim, mesmo sem perceberem... Inconscientemente, todos se ajudam o tempo todo e no intercâmbio - dentro ou fora da escola - isso fica muito mais claro pra mim.
Por isso sempre discordo quando alguém diz que Tom estava errado ao escrever que "é impossível ser feliz sozinho...", porque ele estava certíssimo: mesmo que tenha momentos em que você necessite estar só - e eu sempre acho que tenho esses momentos mais que todo mundo -, chega uma hora em que você precisa ter alguém pra somar alegrias, multiplicar afeto, dividir lágrimas e subtrair toda a saudade que você sente aqui... seja de casa, dos amigos, da comida ou de tudo: se você não tiver com quem conversar, você pira!

Tenho conhecido muitos lugares lindos por aqui, sempre em companhia de pessoas igualmente lindas  e acho que esse meu primeiro mês foi de muito turismo, porque conheci os principais pontos turísticos de Vancouver: Stanley Park, Capilano, English Bay, Pacific Center, Metrotown e o outlet.
Sim, pessoas! Em Vancouver tem um outlet (na verdade, o outlet fica em New Westminster, mas é tão perto que é praticamente Vancouver... hehe).

Também já acordei olhando a neve da minha janela e saí de casa com a cidade toda branquinha: confesso, é molhado e escorregadio, quase sem graça, mas me apaixonei! Já patinei no gelo (coisa que muita gente já fez no Brasil, mas eu nunca tinha feito), já tive meu primeiro happy hour em um Pub onde passa jogos de Hoquei, já experimentei tequila, limão e sal, já bebi cerveja canadense e não gostei (porque cerveja é cerveja em qualquer lugar do mundo e eu não gosto mesmo), já saí pra andar atoa e descobri lugares maravilhosos, já fiz compras das quais me arrependi no minuto seguinte, já comi Donuts, já engordei, já comecei uma dieta e larguei, e já saí sem dinheiro algum, só pra ter certeza de que não vou gastar. Como vocês podem perceber, a vida aqui não é muito diferente da vida que eu levava aí, mas acho que estou muito mais feliz aqui, porque sei que tudo isso está sendo importante não só pra minha vida profissional, mas principalmente, para que eu conheça uma Liv que eu não me lembrava que existia.

Mas como postei no face esses dias, tenho total consciência de que não estou aqui para fazer turismo e quanto a isso, estou melhor do que era no Brasil porque até hoje não teve um dia em que eu tenha deixado de estudar pra vagabundear na internet ou sair pra andar a toa... tenho aprendido muito do inglês e acho que surpreendi a mim mesma na minha apresentação de final de Level, porque mesmo tendo escrito um texto com palavras que eu nunca tinha lido, ouvido ou falado (o Translate me ajudou com o texto e também sou grata do Google, hahaha), eu consegui acertar todas as pronuncias e fui muito bem em todas as provas. Essa é a grande novidade: já estou no Level 1B.

É normal, pelo menos na minha escola, todas as pessoas mudarem de Level depois de 3 semanas, mas ainda assim isso me deixa muito feliz, porque sei o quanto tenho me dedicado a isso e eu espero que em três meses de aulas, eu consiga evoluir muito mais.

Uma coisa importante, que vale ser lembrada: mesmo que eu tenha feito amizade com muitos brasileiros (porque não tem jeito, Vancouver foi invadida por brasileiros e não tem como fugir), eu praticamente só converso em inglês, mesmo com eles. Uma palavra ou outra falamos em português ou às vezes até trocamos algumas frases, mas no geral, só inglês. É isso que tem me ajudado a evoluir e conhecer novas palavras, porque quase todos os meus amigos são de Levels mais avançados que o meu. E isso nem foi uma escolha, simplesmente aconteceu... Vai ver porque tinha que ser assim e pronto!

E já que eu tenho sentido muita saudade da música brasileira e como citei o Tom lá em cima, deixo vocês com Wave...
Beijos saudosos no coração...

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Snowing...

Gente,
Hoje nevou em Vancouver, pela primeira vez desde que cheguei, e mesmo que de dentro da sala, fiquei emocionada. É lindo! Nevou bem pouquinho e quase não conseguimos prestar atenção na aula enquanto nevava... mas depois parou e tudo voltou a ser aquela chuva chata de todo dia...
Mas para a minha surpresa, quando desci do Skytrain na Nanaimo, o telhado e os jardins das casas estavam brancos. Fiquei com os olhos cheios de lágrima, tamanha emoção de ver a neve de perto pela primeira vez... corri pra começar a fotografar tudo: to pior que criança! Hahahahahahaha...
Depois que entrei no ônibus, fiquei olhando pela janela e estava tudo branquinho, branquinho, "white boy", simplesmente lindo... claro que tive que tirar foto na neve! Mas o mais engraçado é que quando desci do ônibus eu quase escorreguei e caí: a cabeçuda aqui não sabia que neve escorrega, claro! Foi engraçado, mas ainda bem que não caí... hahahahahaha...
É uma coisa boba, sem graça, escorregadia e molhada, mas eu to apaixonada por neve!
Beijos gelados no coração quente... =)

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Deslumbradíssima... =)

Hi people...

Dei uma sumida do blog, mas é porque a rotina aqui é como a daí, por isso preferi deixar as novidades se acumularem...

As aulas na escola são bem bacanas, o professor é super engraçado e o entrosamento com a turma está bacana, mas acho que as amizades que ficaram mesmo foram aquelas que fiz no primeiro dia de aula. No geral, o professor fala devagar e quando não entendemos, ele sempre procura uma outra forma pra explicar o que quer, até entendermos. Às vezes ele desenha, mostra imagens ou até mesmo nos leva pra fora da sala (ou da escola). O método de ensino é interessante e tem funcionado bem... Vibro comigo mesma a cada nova palavra que consigo entender da boca de um canadense - ou morador daqui - e a cada nova questão que consigo responder sem consultar o google translate. Na sexta-feira eu até consegui comprar um celular pré-pago sozinha! Vitória!!!

 Eu ainda fico deslumbrada com a beleza dessa cidade, a cada dia em que acordo e vejo tudo o que já vi no dia anterior ou a cada vez que conheço um novo lugar...

Os preços aqui também me impressionam demais... apesar de dizerem - os próprios moradores - que Vancouver é uma cidade cara, eu tenho achado muitas coisas baratas por aqui... roupas e sapatos, nem tanto. Mas cosméticos, farmácia, chocolate e maquiagem, é assustadora a diferença de preço. Meu protetor labial da Nivea, por exemplo, no Brasil eu compro por (no mínimo) R$9,00 (o equivalente a aproximadamente CAN$4,50), aqui eu encontrei por CAN$1,25 (menos de R$0,75). Um hidratante facial, também da Nivea, que no Brasil custa mais de R$50,00, eu comprei aqui por CAN$6,00. São diferenças gritantes mesmo, que se tornaram um exercício diário de auto-controle (financeiro e emocional, rs).

Hoje fiz meu primeiro passeio com o pessoal da escola: "Ice Skating". Isso mesmo, fomos patinar no gelo e eu amei. Mesmo com pistas de patinação no gelo no Brasil, eu nunca tinha ido (também porque por lá isso é muito caro...) e achei muito mais bacana do que patinar no chão. É bem verdade que fazia anos que eu não patinava, mas os exercícios de equilíbrio que eu fazia no circo foram bem úteis também pro Skating... =)

Fora isso, a maioria dos meus passeios por aqui tem sido "forever alone"... saio pra caminhar quando chego cedo em casa, sempre por aqui mesmo, e caminhei também no final de semana, apesar da chuva. Aliás, chuva é o grande inconveniente de Vancouver: aqui chove todo dia! No sábado conheci um park próximo à minha casa e apesar do chão molhado, eu curti bastante.

A comida brasileira - mais precisamente a da minha mãe, rs - é que continua me fazendo falta, mas acho que será bom, pelo menos assim eu não como e emagreço - assim espero! Hahaha... Hoje comi um pedaço de pizza daqui e apesar de ser até gostosa, não é como eu gosto: pizza aqui é muito massuda!

Ontem fiz minha primeiro prova e valendo 40, tirei 38. Acertei todas as questões, mas perdi pontos em alguns detalhes de gramática. Fiquei feliz...

Também ontem, pela primeira vez, chorei de saudade... obvio que me sinto sozinha aqui e às vezes dói mesmo... ontem a dor escorreu pelos olhos... mas continuo aqui: firme e forte! E com muita saudade dos meus quatro F's: Family, Friends, food e Fluminense!

See you...